O aplicativo de videoconferências Zoom, que foi um dos mais adotados para ligações casuais e profissionais em tempos de pandemia do novo coronavírus, prometeu fazer uma maratona de desenvolvimento para corrigir todos os problemas de segurança e privacidade da plataforma. A informação foi repassada pelo CEO da empresa, Eric Yuan, em uma postagem no blog oficial do serviço.
Segundo ele, todas as atualizações que incluiriam novas funções serão paralisadas para que todo o setor de engenharia seja direcionado a esses bugs. Especialistas e terceirizados farão avaliações separadas e o programa de caça a bugs com prêmios aos responsáveis por encontrá-los será expandido. O executivo ainda promete um relatório de transparência frequente com detalhes sobre pedidos por acesso a dados e eventuais falhas encontradas.
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"Nas últimas semanas, o apoio a esse fluxo de usuários foi um enorme empreendimento e nosso único foco. Lutamos para garantir a você um serviço ininterrupto e com a mesma experiência amigável que tornou o Zoom a plataforma escolhida para videoconferências para empresas ao redor do mundo, ao mesmo tempo em que garantimos segurança, privacidade e proteção. Entretanto, reconhecemos que nós ficamos aquém das expectativas de privacidade e segurança — nossas e da comunidade. Por isso, peço desculpas", afirma o CEO.
Trabalho longo
O Zoom foi criado e ainda funciona majoritariamente como um serviço corporativo — ou seja, as funções são mais direcionadas para reuniões e aulas. Entretanto, o uso para falar com parentes e amigos tem se tornado mais frequente, e isso escancarou algumas falhas de segurança.
Para começar, o acesso fácil a salas por quem não é convidado permitiu o "sequestro" de conferências e a reprodução de conteúdos ofensivos. Além disso, o app para iOS estava enviando dados ao Facebook sem a autorização de usuários e até de quem não tinha conta na rede social. Em 2019, uma vulnerabilidade grave para macOS já havia sido descoberta e fez com que o sistema perdesse o app por algum tempo.
A explosão do Zoom
Yuan afirma que toda a equipe foi pega de surpresa com a adoção da plataforma como a favorita no setor. No fim de dezembro de 2019, o número máximo de participantes diários em conferências via Zoom era de 10 milhões de pessoas. Em março, auge do isolamento social ao redor do mundo, ele passou para 200 milhões de usuários diários — entre os que usam gratuitamente ou pagam pela ferramenta.
Além disso, desde fevereiro mais de 90 mil escolas em 20 países já estão usando os recursos para aulas à distância.
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