Um experimento patrocinado pelo Facebook e realizado pela Universidade da Califórnia em São Francisco, EUA, criou com sucesso uma interface que traduz os sinais do cérebro em um diálogo. A pesquisa, cujos resultados foram publicados na Nature Communication, envolve um software que lê os sinais emitidos pelo cérebro em resposta ao que uma pessoa escutou – sem que ninguém tenha acesso à conversa. O processo utiliza eletrocorticografia de alta densidade (ECoG), que requer sensores implantados no cérebro.
Os participantes da pesquisa responderam perguntas em voz alta e os pesquisadores usaram os sinais cerebrais emitidos durante o interrogatório para treinar máquina a entender o que os voluntários disseram e ouviram. Em média, o software detectou corretamente as questões em 76% das vezes, e a resposta dos participantes, em 61%.
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Embora seja fácil pensar na inevitável invasão de privacidade em se tratando do Facebook, a tecnologia é promissora para uso em comunicação com pessoas que são incapazes de se expressar por conta de lesões ou distúrbios neurodegenerativos.
Publicidade que lê mentes
Em abril, o Facebook revelou ter uma equipe com 60 engenheiros trabalhando no que seria uma interface cérebro-computador, que tornaria qualquer um capaz de digitar e mover o cursor com o poder da mente, e sem implantes invasivos. O trabalho avançou, com parcerias entre a empresa e a Universidade da Califórnia (de São Francisco e de Berkeley), a Escola de Medicina e o Laboratório de Física Aplicada John Hopkins e a Escola de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis.
Eventualmente, a interface cérebro-computador (ou "interface cerebral direta") permitiria controlar tanto realidade aumentada quanto realidade virtual, em vez de o usuário usar a tela do computador pra isso.
Porém, o Facebook não negou se usaria a tecnologia para direcionar anúncios aos usuários. Segundo o porta-voz da empresa, Ha Thai, “estamos desenvolvendo uma interface que permite a comunicação com a velocidade e a flexibilidade da voz e a privacidade do texto - especificamente, aquilo que você já decidiu compartilhar, enviado para o centro de fala de seu cérebro.”
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