O uso ético da inteligência artificial (IA) e formas de superar a divisão digital entre os países ricos e pobres. Foi isso que Brad Smith, diretor jurídico da Microsoft, conversou com o Papa Francisco nesta quarta-feira (13), em um encontro de 30 minutos na casa do pontífice, no Vaticano.
Ao chegar na sede religiosa, Smith afirmou ao periódico L'Osservatore Romano que “fortes leis éticas, novas e evoluídas” eram necessárias para que os avanços tecnológicos, como a IA, não caíssem nas mãos erradas. Ele defende há algum tempo novas regras para o softwares de reconhecimento facial, como forma de amenizar os riscos de resultados tendenciosos e a invasão de privacidade.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
Assine já o The BRIEF, a newsletter diária que te deixa por dentro de tudo
Fonte: MS Power User
Após a conversa, ficou decidido que a Pontifícia Academia para a Vida, instituição científica criada em 1994 pelo Papa João Paulo II, será parceira da Microsoft na premiação da melhor dissertação de doutorado deste ano com o tema “inteligência artificial a serviço da vida humana”.
Mas e os contratos militares?
As preocupações da companhia de Redmond sobre o uso seguro da IA na vida humana parece, contudo, paradoxal quando olhamos para uma recente licitação no valor de US$ 480 milhões, assinada com o exército dos Estados Unidos.
O contrato prevê o fornecimento de HoloLens para missões de combate e treinamento com suporte da realidade aumentada, em um sistema capaz de “aumentar a capacidade de detectar, decidir e engajar com o inimigo” — com o claro objetivo de ampliar a letalidade das equipes.
Questionado pelo Bloomberg sobre isso, Smith disse que a Microsoft só pretende impedir que as autoridades usem a tecnologia para a vigilância contínua de um indivíduo específico sem as precauções adequadas. "Precisamos liderar como exemplo e estamos trabalhando para fazer isso", complementou.
Fontes
Categorias