A Google se pronunciou oficialmente hoje (19) sobre uma acusação de que estaria sabotando o Microsoft Edge e outros navegadores de concorrentes do Chrome por meio de bugs colocados intencionalmente em seus sites, como o YouTube.
Essa acusação foi feita por um engenheiro que trabalhou na Microsoft como estagiário na equipe do Edge. Segundo ele, a Google vinha fazendo mudanças em seus sites com a única intenção de piorar o desempenho de outros navegadores em seus sites.
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Ele inclusive exemplificou a situação com um exemplo concreto:
Por exemplo, eles adicionaram recentemente uma div vazia escondida acima de vídeos do YouTube que acabava fazendo a nossa aceleração de hardware falhar. Antes disso acontecer, a nossa aceleração de vídeo por hardware era a melhor do mercado e nos deixava muito à frente do Chrome em consumo de bateria vs. tempo de vídeo.
Quase no mesmo instante que eles quebraram as coisas no YouTube, começaram a anunciar que o Chrome era melhor que o Edge
Quase no mesmo instante que eles quebraram as coisas no YouTube, começaram a anunciar que o Chrome era melhor que o Edge nesse quesito em específico. O que deixa essa história ainda mais triste é que eles diziam isso sem ter feito nenhuma melhoria genial no Chrome, mas sim tendo criado uma falha no YouTube. No fim das contas, eles só deixaram a internet mais lenta.
Segundo o YouTube, esse caso da div vazia escondida era um bug, o qual teria sido corrigido após a plataforma ter recebido reportes sobre isso.
Alguns meses antes, um gerente de produto da Mozilla também alertou seus usuários de que um “redesign na interface do YouTube teria tornado o site 5x mais lento no Firefox e no Edge”.
YouTube page load is 5x slower in Firefox and Edge than in Chrome because YouTube's Polymer redesign relies on the deprecated Shadow DOM v0 API only implemented in Chrome. You can restore YouTube's faster pre-Polymer design with this Firefox extension: https://t.co/F5uEn3iMLR
— Chris Peterson (@cpeterso) 24 de julho de 2018
Nessa ocasião, Firefox, Edge e Safari tiveram que reverter o site para scripts antigos para obter novamente um bom desempenho. O gerente inclusive cassificou o caso como "não surpriendente".
Anos atrás, a Google também era acusada de bloquear acesso ao Google Maps para aparelhos que rodavam o Windows Phone. Algo parecido também aconteceu com o YouTube para WP há algum tempo.
Bug
Um representante do YouTube falou com o The Verge e negou que seus desenvolvedores tenham feito algo do tipo. “O YouTube não adiciona código criado para afetar otimizações em outros navegadores. Nós trabalhamos rapidamente para corrigir bugs quando eles são descobertos.
Mas será que a Google pelo menos testa seus sites com outros navegadores em busca de manter a compatibilidade deles não apenas com o Chrome? Pelo menos oficialmente, o YouTube parece adotar essa prática.
Nós conversamos com desenvolvedores de outros navegadores regularmente
“Nós conversamos com desenvolvedores de outros navegadores regularmente por canais oficiais, pelo projeto Web Platform Tests, pelo projeto aberto Chromium e outros para melhorar a interoperacionalidade entre os navegadores”, contou o representante do YouTube.
Apesar disso, a Google é conhecida por pressionar desenvolvedores web a adotar novos padrões muito rapidamente por meio de atualizações do Chrome. Sites que não se enquadram começam a ser penalizados na busca do Google ou simplesmente ficam taxados como inseguros no Chrome, impactando pesadamente em seus acessos.
Como a empresa normalmente adota esses novos padrões primeiro em seus websites, outros browsers como o Firefox e o Edge podem acabar ficando para trás. Agora a disputa é se a Google trabalha muito rápido nesse sentido ou se a Microsoft e a Mozilla estão muito lentas.
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