A Huawei tem um plano para substituir o Android, caso seja necessário
Fabricante chinesa trabalha em sistema operacional próprio para se prevenir
Três das cinco maiores fabricantes de celulares do mundo em 2017 são empresas chinesas que lançam smartphones equipados com o Android. Isso mostra a importância que o sistema operacional desenvolvido pelo Google tem na China, onde ser impedido de utilizá-lo, como pode acontecer com a ZTE, tem potencial para afetar seriamente até mesmo companhias gigantes.
É por isso que a Huawei, a maior fabricante chinesa, está desenvolvendo um sistema operacional próprio para utilizar em seus celulares, como informaram quatro fontes ouvidas pelo jornal South China Morning Post. O processo teria começado em 2012, quando teve início a investigação do governo dos EUA que terminaria punindo a ZTE por violar uma sanção comercial ao vender tecnologia para o Irã.
Esse plano teria vindo diretamente de Ren Zhengfei, fundador da Huawei, e nunca chegou a ser abandonado, servindo como uma espécie de “plano B” caso a situação exigisse o abandono do Android. Uma das fontes disse ainda que o sistema operacional chinês teria versões para tablets e também para PCs.
O maior problema para uma possível mudança do tipo seria o mercado internacional, exatamente onde a Huawei vem investindo nos últimos anos. Não poder oferecer os serviços do Google praticamente inviabilizaria o atual sucesso na Europa, algo que também aconteceria caso a fabricante não receba o apoio de desenvolvedores e seus aplicativos.
Pode ser que nada disso aconteça
Mas parece que esse cenário está longe de acontecer, pelo menos de acordo com a própria empresa. Em entrevista, o presidente Zhao Ming, da Honor, marca de smartphones da Huawei, falou sobre o caso. “Não há dúvidas de que a Huawei é capaz de fazer isso, mas acho que, por enquanto, isso não é necessário, visto que trabalhamos próximos ao Google e vamos continuar utilizando o sistema Android”, disse.
O mais provável é que a Huawei siga uma estratégia parecida com a que tem desenvolvido para seus processadores Kirin. Eles são atualmente utilizados em alguns smartphones da empresa, embora ela continue importando grandes volumes de produtos da Qualcomm e da MediaTek. Assim, seu modelo de negócios não seria tão afetado caso não pudesse continuar fazendo negócios com as empresas estrangeiras.
Procurada para comentar sobre o caso, a Huawei disse apenas que “não tem planos de lançar seu próprio sistema operacional em um futuro próximo. Nós focamos em produtos movidos pelo Android e adotamos uma atitude aberta em relação a sistemas operacionais móveis”.