O que você entende quando se fala de sistema operacional Android? Seria bastante comum pensar na última variante do mercado, o Oreo – versão 8 do sistema da Google –, que domina a lista dos gadgets mais top de linha do momento, correto? Sim e não. Além da versão que vem nos telefones mais comuns do mercado e que vem ganhando atualizações e mais atualizações no decorrer dos anos, com referência a doces e chocolates, existem outras duas versões do SO da Google: Android One e, a mais recente, Android Go.
A falta de conhecimento dessas outras duas versões do SO da Google se dá em uma falta de motivação na questão de divulgação; afinal de contas, a versão do Android que você tem no seu telefone Samsung, LG ou Sony está bem longe de ser o sistema puro, o que poderíamos chamar de Android, propriamente dito. São, na verdade, versões supermodificadas de acordo com o que a marca quer oferecer para seu nicho de clientes.
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Então vamos aprender um pouco mais sobre esse universo e suas versões?
Android Puro (ou melhor, Android Stock): as versões modificadas pelas fabricantes
Antes de qualquer coisa, é importante ressaltar que esse sistema operacional foi desenvolvido de forma independente e comprado pelo Google depois de pronto. E o ponto principal que diferencia essa versão das outras duas é o fato de ser a única que pode ser totalmente modificada pelos fabricantes.
Mas será que, mesmo assim, pode ser considerado um Android? A questão é que, embora a maior parte das empresas façam modificações e personalizações tão intensas no SO que ele poderia ser considerado um novo, a sua essência ainda continuaria sendo a mesma. E é ela que faz com que todo o ecossistema do gadget esteja sob o mesmo guarda-chuva: a Google Play Store. Mas ainda existem empresas que optam pela forma mais crua e original desse SO, quase sem modificações – como é o caso da Motorola ou da Lenovo.
A versão clássica não tem limitações, podendo ser instalada em todos os tipos de configurações e personalizada ao extremo, com a manutenção se mantendo de responsabilidade do próprio fabricante. Acontece que isso é justamente parte do problema que gira em torno dessa versão do Android: a fragmentação das versões (Nougat, Jelly Bean, KitKat, Lollipop e Marshmallow) levou à criação do Projeto Trebble.
Android One: como o Android deveria funcionar sempre
O Android One é um programa recente da Google, iniciado em 2014, que nasceu para fluir mais facilmente em dispositivos com menos energia, ou mais baratos, o que foi alcançado graças ao fato de ser um sistema quase puro.
Enquanto a versão clássica, ou Stock, permite aos fabricantes personalizar o SO tanto quanto eles desejam, o Android One consiste no “quanto menos melhor”, com atualizações automáticas de firmware e Google Play Services e sem bloatwares – aqueles apps que vêm instalados de fábrica e que nunca conseguimos retirar, comprometendo parte da memória do telefone –, "forçando" aqueles que aderem ao programa a não tocarem no sistema operacional, embora a Google permita a personalização de alguns aplicativos, como da câmera, por exemplo.
Em alguns mercados, o Android One pode ser encontrado em telefones como o Xiaomi Mi A1, o HTC U11 Life, o Motorola X4 ou mesmo o bq Aquaris A4.5, um dos primeiros a serem lançados com essa versão. Todos esses fabricados com a versão tão pura que é quase indistinguível da clássica, mas que mantém o mesmo problema básico do sistema: as atualizações.
E embora os telefones com o Android One exijam menos ajustes quando atualizados, uma vez que a personalização é muito menor, ainda dependem dos diferentes fabricantes: a Google continua a fornecer o código original, e cada fabricante o adapta, permitindo que a taxa de atualização dos telefones com esse SO seja bastante superior à dos telefones celulares clássicos.
Android Go: ainda saindo do forno
O Android Go foi anunciado em 2017 e é a maior aposta da Google para oferecer o sistema operacional para telefones com foco em baixa potência, ou que poderíamos chamar de linha de entrada e limitações de hardware: smartphone com 1 GB de RAM ou menos.
Poderíamos dizer que o Android Go é a resposta da Google aos sistemas operacionais que agora são usados nos "features phones", aqueles celulares mais simples e clássicos de toda a vida, como o caso do YunOS, que vem a bordo do Nokia 3310. É o sistema operacional mais otimizado da Google exclusivo para telefones com 1 GB de RAM ou menos e não permite personalização, garantindo que o sistema seja completamente puro até que a Google decida de outra forma, além de ter aplicativos especialmente projetados com o sobrenome Go.
O Nokia 1, por exemplo, será um dos primeiros telefones a incorporar esse SO e não poderá ter personalizações de qualquer tipo.
O Google está desenvolvendo sua suíte para telefones com pouco hardware e colocará o mesmo sobrenome: o Youtube Go, por exemplo, já está em circulação e baseia sua experiência em um consumo mínimo de recursos e dados, tanto móveis como via WiFi.
No que se diferenciam?
Os Android Stock e One são atualizados a partir do fabricante; já o Android Go, diretamente da Google.
As atualizações do Android Go serão feitas diretamente pela Google e sem interferência do fabricante, sendo a experiência mais próxima do Pixel ou do antigo Nexus.
Resumindo, há três sistemas operacionais Android desenvolvidos pela Google sendo executados em smartphones no mercado, pelo menos até o Fuchsia estar pronto e ser disponibilizado.
Três sistemas praticamente idênticos, porém com diferenças fundamentais, que separam o Android Go dos irmãos mais velhos:
- Android Stock: para todos e totalmente personalizável.
- Android One: para todos, personalizável apenas em aspectos pontuais, como a câmera.
- Android Go: para telefones com 1 GB de RAM ou menos e não personalizável.
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