O mercado do entretenimento adulto, em todas as suas milhares de variantes, é um dos negócios mais antigos e lucrativos do planeta – isso não é novidade para ninguém. Como toda indústria que se preze, é natural que esse segmento vá se adaptando e evoluindo com o passar do tempo, usufruindo das novas tecnologias que surgem diariamente.
No entanto, não pense que viemos aqui hoje para falar sobre pornografia em realidade virtual ou coisa do gênero. Em um patamar bem mais amador, muita gente por aí está fazendo dinheiro com a venda de vídeos picantes e fotos íntimas – os famosos nudes – em aplicativos de comunicação instantânea. A plataforma predileta para esse tipo de atividade parece ser o Snapchat, que possui várias características únicas que o tornam apropriado para esse comércio.
No mês passado, a modelo brasileira Jéssica Constantino causou certa polêmica depois de ter sido entrevistada pelo G1 e assumido a prática. Integrante do Suicide Girls (site que reúne ensaios de mulheres de estilo alternativo) e estudante de arquitetura, a jovem de 23 anos vende fotos e vídeos em dois pacotes distintos: quem paga US$ 25 recebe imagens básicas por dois meses, e quem desembolsa US$ 100 tem direito a selfies e clipes mais exclusivos.
Novidade no Brasil, mas é comum lá fora
O ganha-pão de Jéssica causou espanto entre os internautas brasileiros, mas só porque a venda de nudes ainda não é tão comum por aqui quanto lá fora. Aliás, a própria modelo observou que, entre seus dez clientes fixos, apenas um é brasileiro. “Os americanos, geralmente, dão mais valor ao trabalho de modelos. Tenho um cliente, por exemplo, que me paga apenas para conversar, contar sobre o dia a dia”, explica.
Basta uma rápida pesquisa no Google para encontrar uma infinidade de mulheres norte-americanas e europeias vendendo nudes pelo Snapchat. Na maioria das vezes, paga-se uma mensalidade fixa para ter o privilégio de seguir o perfil da moça na rede social. A partir daí, basta se divertir com os snaps que são publicados em uma frequência predefinida (diariamente, a cada dois dias e assim por diante).
?? fishnethousepet: Email me at fishnethousepet@live.co.uk to find out how to buy in to my snapchat ;) My... https://t.co/rr7pMsWWTA
— Fishnet Housepet (@fishnethousepet) 28 de dezembro de 2015
No tweet acima, a modelo plus size britânica Michelle – mais conhecida pelo nome artístico Fishnet Housepet – orienta seus fãs a mandarem um email para conhecer os valores de seu Snapchat. Também é fácil encontrar fóruns especializados em discussões sobre o assunto. Em um tópico publicado no site AmberCutie, um internauta anônimo afirma ter comprado acesso a mais de 10 perfis na rede social.
Outro site rico em conteúdo desse gênero é a Sexting Forum. Lá, encontramos uma série de anúncios de pessoas querendo comercializar fotos íntimas – uma das internautas afirma ter apenas 15 anos e deseja trocar nudes por vales da Steam, explicando que está fazendo isso para presentear seu irmão durante seu aniversário. Outro perfil, identificado apenas como BusiNudes, anuncia uma foto por US$ 2 e dez fotos por US$ 5.
A rede social perfeita para os nudes
Desde os seus primórdios, o Snapchat sempre foi visto como uma plataforma para a troca dos famosos nudes. A rede social é propícia para isso justamente por trabalhar com fotos e vídeos com prazo de validade – você pode enviar uma imagem para outro contato e ela será destruída automaticamente após ser visualizada, por exemplo. Até mesmo os snaps públicos (vistos por todos os seus seguidores) desaparecem permanentemente após 24 horas.
Como se não fosse o suficiente, em 2014, a plataforma anunciou o Snapcash, método de pagamento embutido dentro do aplicativo e que lhe permite transferir dinheiro para seus contatos. Na época, diversos jornais “previram” a real utilidade do recurso. A VICE, por exemplo, publicou um artigo batizado como “Será que o Snapchat monetizou os nudes acidentalmente? ”. Já o Daily Dot foi ainda mais direto e afirmou: “Snapcash é a nova moeda para pornografia no Snapchat”.
Bom, tudo indica que eles estavam certos. O Snapcash é bem mais prático do que o Paypal, já que a dona do perfil recebe o pagamento pelo próprio programa e tem maior facilidade para gerenciar sua clientela. Porém, vale observar que os termos de uso do recurso proíbem a venda e compra de snaps, histórias e acesso a determinadas contas – que é justamente o que acontece nesse mercado.
O TecMundo tentou entrar em contato com a modelo Jéssica Constantino para conversar sobre a prática, mas não obtivemos resposta. Questionada sobre as políticas da empresa a respeito desse tipo de atividade, a assessoria de imprensa do Snapchat também não se manifestou.
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