Pouco antes de o projeto inicial do Google Glass “subir no telhado”, os óculos inteligentes da Gigante das Buscas estavam sendo considerados um perigo em potencial para os grandes estúdios de Hollywood, já que o aparelho poderia ser usado em salas de cinema para facilitar consideravelmente a pirataria. Agora, porém, é a vez de os smartwatches garantirem seu lugar na polêmica, já que, segundo algumas universidades, esses dispositivos vestíveis podem se tornar uma ferramenta poderosa para burlar provas – uma espécie de “cola” digital.
Na última sexta-feira (11), a Universidade de Quioto declarou que pretende banir os relógios inteligente do seu vestibular para evitar qualquer tipo de trapaça. Ainda que há tempos os estudantes desenvolvam toda sorte de artimanhas para conseguir uma nota razoável para aqueles testes que, de outra forma, renderiam um redondo zero, Apple Watch e outros produtos semelhantes estão preocupando instituições de ensino por conta da gama de oportunidades que dão aos alunos na hora da consulta não autorizada.
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Segundo o comunicado, a universidade japonesa – que é a primeira do país a propor tal medida – acredita que a popularização desses gadgets torna muito difícil determinar exatamente o que o estudante está fazendo com o item. Embora algum cidadão de bem possa, sim, estar despreocupadamente checando as horas – para ver quanto tempo falta para o término da prova –, não dá para ignorar a chance de que ele ou ela esteja falando com um colega ou consultando respostas no bom e velho Google.
Assim, a partir de agora, quem quiser saber o horário durante o exame da Universidade de Quioto vai precisar conferir os relógios de parede espalhados pelas salas, enquanto os trapaceiros vão ter que recorrer a truques tradicionais, como tatuagens temporárias e papéis com letras minúsculas – ou, quem sabe, só estudar o conteúdo do teste mesmo. De qualquer forma, é provável que essa estratégia se espalhe por outras faculdades, já que algo semelhante vem sendo adotado por instituições nos EUA, na Austrália e na Europa.
Em terras tupiniquins...
Nesse ponto, o Brasil está consideravelmente mais preparado que outras nações pelo mundo, uma vez que, tradicionalmente, exames como Enem e Fuvest proíbem há muitos anos que o candidato vista ou utilize qualquer aparelho eletrônico durante o período de prova. Geralmente, os fiscais pedem que os estudantes depositem esse tipo de itens em um saquinho que é lacrado e só pode ser aberto quando a pessoa tiver entregado a papelada e estiver fora do local do teste. Isso quer dizer que somos mais avançados ou apenas desconfiados?
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