No início desta semana, a Siri foi atualizada na Rússia com a capacidade de compreender e responder no idioma local. Contudo, algumas respostas dadas pela assistente pessoal da Apple demonstraram claros sinais de homofobia.
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Em pouco tempo, surgiram diversos relatos desse fato na internet, mas aquele que mais ganhou notoriedade foi o vídeo gravado por um homem identificado apenas como Alex. Embora seja russo, ele vive na Inglaterra e ao ver a disponibilidade do software em seu idioma nativo resolveu fazer alguns testes.
Na gravação, Alex começa solicitando ajuda da Siri para encontrar bares gays nas proximidades. O aplicativo desconversou e não respondeu ao questionamento. Na sequência, as respostas dadas pelo recurso do iOS mostraram maior rispidez.
O homem pergunta: “como registrar um casamento gay no Reino Unido?”. A Siri fica em silêncio. Alex insiste e recebe um direto “eu vou fingir que não ouvi isso”. O russo então pede para que a assistente da Maçã “fale sobre o casamento gay”. Em resposta, o app diz: “Alex, você é tão rude”.
Histórico favorável
Questionada sobre o ocorrido, conforme relata a BBC, a Apple alega ter sido um bug e assegura que o problema já foi corrigido. O site russo LGBT denominado Lesbiru testou a Siri recentemente e ela parece estar dando as respostas corretas, informando, por exemplo, a localização de bares e festas voltados para o público gay.
A maior dúvida levantada pelos internautas é se a Maçã foi obrigada a seguir imposições ideológicas do governo russo — que é declaradamente contra o relacionamento de pessoas do mesmo sexo — ou se a empresa precisou contratar tradutores nativos que acabaram impondo esses pensamentos homofóbicos, seja por livre vontade ou não.
De maneira geral, a Apple não foi responsabilizada pelo ocorrido, pelo menos na opinião da maioria dos participantes das discussões que surgiram na web. Isso se deve a um histórico favorável à companhia.
Primeiro pelo fato de Tim Cook, atual CEO da Maçã, ser assumidamente homossexual. Inclusive, após essa revelação, políticos russos tentam impedir o executivo de entrar no país e ordenaram a retirada de um memorial a Steve Jobs. Além disso, recentemente a empresa se posicionou contra e repudiou uma lei aprovada no estado da Indiana, nos EUA, que na prática acaba por discriminar pessoas homossexuais.
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