Há pouco menos de uma semana, um turista alemão sofreu uma queda letal após posar para uma foto saltando em uma área restrita das ruínas de Machu Picchu, no Peru. Um dia antes, outro viajante morreu ao tentar fazer um autorretrato no topo das cataratas de Gocta, no mesmo país. Se você acompanha o TecMundo regularmente, já deve saber que hoje as selfies matam mais que os ataques de tubarão. Agora, uma pesquisa do Priceonomics deu mais detalhes sobre esse tipo de fatalidade.
De acordo com o estudo, a causa mais comum para as mortes relacionadas às selfies é a queda de grandes alturas (cerca de 32% dos casos analisados). O número é seguido de perto pelo de afogamentos (aproximadamente 29%) e, com um pouco mais de distância, atropelamentos ou eletrocussão em trilhos de trens (em torno de 16%). Outras ocorrências foram ligadas a tiros, explosão de granadas, queda de aviões, batidas de carros e ataques de animais.
A pesquisa da Priceonomics também revelou que a idade média das vítimas que morreram tirando selfies é de 21 anos e que algo em torno de 75% dos casos relatados aconteceu com pessoas do sexo masculino. Segundo os responsáveis pelo estudo, o resultado está relacionado ao fato de que homens comprovadamente têm duas vezes mais chances de assumir “riscos recreativos” do que as mulheres.
Selfies mataram mais pessoas em 2015 do que ataques de tubarão, futebol americano e acidentes no Everest
Hoje, as selfies já matam mais do que os acidentes envolvendo a prática do violento futebol americano. Os autorretratos também já causam mais fatalidades anuais do que incidentes de diversos tipos nos picos do Everest e empatam com o número de pessoas que morreram enquanto andavam de skate, seja por conta de atropelamentos, quedas ou outras ocorrências.
Problema mundial
Um artigo publicado pelo Washington Post em janeiro de 2016 relatou que a Índia tinha o maior número de fatalidades ligadas às selfies do mundo, dado que foi comprovado pela Priceonomics. De acordo com o estudo, quase 39% das mortes do tipo aconteceram no país, que também sofre com muitos casos de afogamento. O segundo lugar vai para a Rússia, com cerca de 14% dos casos, e o terceiro fica com os EUA, com aproximadamente 10%.
Segundo a Priceonomics, a “dianteira” alarmante da Índia não pode ser unicamente atribuída à enorme população do país, já que a China – outra nação de grande volume populacional – só teve um caso conhecido de morte por selfie. Um dos fatores que influenciam o destaque indiano no ranking é o fato do país concentrar sozinho cerca de 20% das mortes por afogamento do mundo inteiro. O caso dos jovens mortos no mar ao tentar tirar selfies é um exemplo forte.
Imagens de um guia russo sobre os riscos das selfies
Para evitar mais ocorrências do tipo, o governo da Índia estabeleceu 16 “áreas sem selfies” espalhadas por seu território, com grandes placas e salva-vidas a postos para avisar o público de que é proibido tirar autorretratos nesses locais. A Rússia e a Noruega também tomaram medidas similares e chegam a contar com sites feitos para alertar sobre os perigos da prática das fotos em locais e momentos arriscados.
Questão de carência?
O estudo da Priceonomics também ressalta que muitas das pessoas que morreram em busca da selfie perfeita acabaram sendo vítimas da mentalidade de “compartilhar tudo” que predomina na internet e eram incentivadas por seus amigos e seguidores digitais. O desejo de agradar e a busca por reconhecimento acabaram levando a riscos excessivos – algo que geralmente abre espaço para fatalidades irreparáveis.
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