'Professor do golpe' é preso em operação contra site que ensina cibercrimes

2 min de leitura
Imagem de: 'Professor do golpe' é preso em operação contra site que ensina cibercrimes

Um homem conhecido como "professor do golpe digital" foi preso em uma operação policial em dezembro de 2024 em Rio das Ostras, no Rio de Janeiro. O suspeito é acusado de manter uma operação de venda de dados ilícitos e até de ensinar outras pessoas a praticar crimes na internet.

Segundo a reportagem do Fantástico que revelou o esquema, foram ao menos 50 mil vítimas no esquema de roubo de dados, que resultou em mais de 10 mil cartões bancários clonados só no fim de 2024.

O suspeito comercializava informações e dados pessoais até mesmo a partir de "kits" que incluem dados vazados e um cartão clonado. Segundo as autoridades, o faturamento do esquema de comercialização de dados e cursos de golpes digitais chegava a R$ 1,5 milhão por mês.

Banucha Gomes, o
Banucha Gomes, o "professor do golpe" preso no Rio de Janeiro. (Imagem: Reprodução/G1)

A polícia de São Paulo, que investigou o crime e fez a prisão, encontrou na casa do acusado drogas, armas com número de série raspado e uma série de cartões clonados armazenados no computador. Em nota, os advogados de Banucha alegam que as acusações são "infundadas e superficiais", prometendo esclarecimentos durante a investigação.

Como funcionava a "escola do crime virtual"

Paulo César Gomes da Silva Dutra, o Banucha Gomes, era o responsável por um serviço que dava acesso a informações como CPF, dívidas, endereço, documentos variados e até o score em instituições de crédito.

Por meio da assinatura de pacotes, interessados em entrar no setor de estelionato digital recebiam acesso não só a dados e ferramentas, mas também a cursos inteiros sobre o tema.

De posse de dados legítimos, porém obtidos de forma ilícita, criminosos poderiam cometer por conta própria fraudes bancárias, abrir contas e aplicar golpes envolvendo engenharia social, como atividades de falsas centrais de atendimento.

A interface da plataforma de disponibilização de dados e aulas. (Imagem: Reprodução/G1)
A interface da plataforma de disponibilização de dados e aulas. (Imagem: Reprodução/G1)

Os sites e planos de Banucha eram divulgados até mesmo nas redes sociais, em plataformas com o Instagram. Sem mostrar o rosto, ele mesmo era visto como uma espécie de influenciador digital de atividades ilícitas, mostrando as operações da "loja" e ostentando valores recebidos no empreendimento.

Por meio de explicações detalhadas, ele até recomendava aos "alunos" a abertura de uma conta laranja para receber eventuais pagamentos ou transferir o dinheiro roubado de vítimas. Agora, ao menos essas operações foram fechadas e o suspeito segue preso desde o mês passado.

Fontes

Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.