A segurança de um usuário de aplicativo de transporte envolve a proteção a essa pessoa em diferentes momentos. Seja no caso de passageiros ou condutores, são esperados mecanismos e recursos que reduzem chances de constrangimentos entre os envolvidos ou até crimes como assédio antes, durante e depois das corridas.
A Assembleia Legislativa de Mato Grosso aprovou na última semana uma lei que permite a implementação do reconhecimento facial antes de qualquer viagem. Além disso, estabelece normas como cadastro de usuários e motoristas a partir de um documento de identificação com foto e a possibilidade de condutores instalarem câmeras no interior dos veículos.
As tendências de segurança nos apps de transporte
Sistemas de moderação são serviços cada vez mais visados por empresas de apps de transporte ou entrega. Uma das companhias do setor, a inDrive apresentou recentemente melhorias nesses recursos tanto do perfil do usuário quanto em recursos da plataforma.
A partir de agora, novos usuários passam por múltiplas etapas de checagem de segurança. Já a moderação de fotos de perfil ficou mais inteligente para identificar imagens fora das regras — um mecanismo parecido para nomes de usuário está em fase de expansão. No caso de comentários, interações com o motorista via chat podem ser acompanhadas para apurar denúncias.
O aplicativo agora também não compartilha números de telefone, aumentando a privacidade dos envolvidos e apaga o endereço do sistema após o encerramento de uma corrida.
"A gente viu um impacto super positivo na redução de reclamações dos motoristas", explica Larissa Coutinho, Gerente de Segurança da inDrive Brasil, em entrevista exclusiva ao TecMundo. Segundo ela, caiu pela metade a quantidade de avisos de condutores sobre fotos e pedidos "inapropriados".
Outro recurso cada vez mais presente é a verificação de identidade, já padronizado por selos em apps como o 99 e cruzamento de dados pessoais com outras bases de dados, que é o caso da Uber.
No inDrive, a ideia é fazer isso de forma recorrente — em especial se o sistema detectar mudanças de comportamento no padrão de uso do app pelo usuário ou em situações consideradas suspeitas.
Projetos em andamento
Algumas dessas funções já são padronizadas em plataformas de transporte por aplicativo no Brasil. Em outros casos, ainda há caminhos e consensos pendentes para garantir uma viagem tranquila a qualquer usuário desses serviços.
Na verificação facial, por exemplo, ainda não há um padrão entre os apps. Para Larissa, esse recurso de segurança precisa se equilibrar com o crescimento de um app e a praticidade das corridas.
“Pedir antes de cada corrida gera um pouco de fricção que hoje a gente não tem e isso teria que ser um consenso do mercado. (...) Diferente de uma empresa decidir por pedir antes de todas as corridas, a outra pedir só às vezes…”, explica.
Além disso, a proteção das mulheres também é uma prioridade em serviços do setor. Apps de transporte têm trabalhado para incentivar o cadastro de condutoras, além de realizar treinamento com os motoristas e monitorar qualquer denúncia, o que pode levar a ações como a exclusão da plataforma.
Segundo a gerente, a sensação de segurança que um app que lida com pessoas precisa ir além das funções, atingindo também a imagem e a percepção do público para que ele se sinta de fato protegido.
Além disso, para Larissa, a segurança na plataforma é responsabilidade de todos os envolvidos. “Não adianta a gente ter várias ferramentas se temos passageiros e motoristas que não cumprem os termos. Então estamos nessa aliança, todos tentando construir um ambiente mais transparente, seguro e acolhedor para todo mundo”, conclui.
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