A Polícia Federal (PF) cumpriu nove mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira (30) em quatro cidades brasileiras. O objetivo da Operação Backyard foi desarticular a operação de uma empresa de pagamentos irregular.
De acordo com a nota da PF, os suspeitos eram responsáveis pela "movimentação de dinheiro para plataformas estrangeiras", em especial casas de apostas esportivas que ainda operavam de forma ilegal no Brasil.
As operações aconteceram em Itajaí, Balneário Camboriú e Navegantes, no estado de Santa Catarina, e Olinda, em Pernambuco. As apreensões em bens materiais podem chegar a R$ 70 milhões e envolvem ainda o bloqueio de carteiras digitais em plataformas de criptomoedas.
"Identificou-se que o grupo vem prestando serviços de pagamentos para plataformas não autorizadas de apostas esportivas, bem como para o cometimento de golpes na internet. (...) Além disso, foram identificados fluxos financeiros dedicados à lavagem de dinheiro para terceiros, incluindo agentes públicos e suspeitos de envolvimento em tráfico de drogas", diz a PF.
As investigações revelaram que as empresas que realizavam ou recebiam as remessas em dinheiro não existiam ou eram de fachada, o que aumentou a suspeita de ilegalidade. Em fase de expansão antes das operações, grupo teria até escritórios em países da América Latina e Portugal.
Como está a regulamentação de apostas no Brasil
A regularização das casas de apostas no Brasil está em pleno andamento no momento. Desde 1º de outubro, as "bets" que não iniciaram o processo de legalização em território nacional foram tiradas do ar — sendo que mais de 190 sites receberam o sinal verde para seguir operando.
A legislação criada pela Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) do Ministério da Fazenda começa a valer a partir de 2025. Os pré-requisitos incluem mecanismos de proteção de crédito para fazer os pagamentos, ter representação no Brasil e fazer um pagamento da licença para a União.
Algumas das bets irregulares tem conseguido burlar os bloqueios da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e das operadoras, inclusive usando domínios alternativos e prometendo apostas sem a necessidade de cadastrar um CPF — o que é perigoso por liberar o jogo para menores de idade ou envolver golpes disfarçados.
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