Por Arthur Capella.
Em um cenário corporativo no qual as ameaças cibernéticas evoluem constantemente, o gerenciamento de vulnerabilidades se tornou uma prática essencial para a proteção dos ativos digitais. Este processo é fundamental para garantir que as organizações estejam sempre um passo à frente dos atacantes para identificar, avaliar e corrigir fraquezas em seus sistemas antes que possam ser exploradas por agentes mal-intencionados.
Embora, seja um trabalho constante que precisa ser aprimorado a cada dia, certamente você já ouviu alguém dizer que existem mais vulnerabilidades do que jamais seremos capazes de corrigir, fazendo com que todo esse esforço pareça banal. Mas, não é bem assim.
O primeiro passo para reduzir as exposições é identificar quais são as falhas. Isso envolve o uso de ferramentas automatizadas, que analisam os sistemas e identificam possíveis pontos fracos, desde software desatualizado até configurações incorretas. Uma vez identificadas essas vulnerabilidades, o próximo passo é avaliar quais têm mais probabilidade de causar danos.
As equipes de segurança cibernética estão sobrecarregadas com grandes quantidades de dados fragmentados de threat intelligence e vulnerabilidades em geral. Sem contexto de ameaças e informações de pesquisa, toda vulnerabilidade é uma prioridade, criando um cenário de dúvidas, muito estresse e baixa eficiência às equipes.
Segundo o estudo Tenable Research, apenas 3% das vulnerabilidades resultam em risco de exposição. Portanto, é essencial priorizar aquelas de maior gravidade e potencial impacto à organização.
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Nesse sentido, as equipes devem avaliar e priorizar exposições de ativos com base na criticidade, facilidade de exploração, monitorar tendências de correção para cumprir os Níveis de Acordo de Serviço (SLAs) e acompanhar o andamento em relação aos resultados desejados. Essa etapa é crucial para a alocação eficiente de recursos e mitigação de riscos de maneira estratégica.
Esse gerenciamento não é um processo estático, mas contínuo. As ameaças cibernéticas estão em permanente evolução, o que exige que as organizações mantenham um monitoramento constante dos sistemas. Atualizações regulares, varreduras periódicas e avaliações contínuas são fundamentais para identificar novas vulnerabilidades e assegurar que as medidas de segurança sigam sempre atualizadas.
A gestão de vulnerabilidades é um componente vital à estratégia de segurança cibernética de qualquer organização. Sua execução eficaz requer um processo bem definido e disciplinado, com etapas claras que sejam capazes de contribuir para a proteção contínua dos ativos digitais.
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Ao implementar uma abordagem abrangente de gerenciamento de vulnerabilidades, as organizações não só terão suas defesas fortalecidas, como demonstrarão compromisso com a governança, segurança e resiliência no ambiente digital.
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Diretor Geral da Tenable no Brasil desde junho de 2019. Capella conta com mais de 20 anos de experiência na indústria de segurança cibernética, esteve à frente da abertura e gestão da Palo Alto Networks no Brasil e, anteriormente, da operação da IronPort no país. Também ocupou funções de gestão e desenvolvimento de negócios na IBM, Xerox e Embratel. O executivo é graduado em Administração de Empresas pela UFRJ e possui MBA em Marketing e Estratégias pela mesma instituição.
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