O WhatsApp pode deixar de ser o aplicativo de mensagens utilizado para a troca de informações entre os colaboradores da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), conforme revelou a Folha de S.Paulo nesta segunda-feira (19). O órgão é vinculado ao Ministério da Indústria.
Ao jornal, o presidente da ABDI, Ricardo Cappelli, confirmou o plano de abrir licitação para contratar empresas nacionais que forneçam serviço semelhante ao ofertado pelo popular mensageiro da Meta. Ele já havia comentado sobre o tema em seu perfil oficial no X/Twitter, na semana passada.
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Adeus. Estamos abrindo na @abdi_digital uma concorrência para adquirir um serviço próprio, nacional, de mensageria entre os colaboradores, de forma a preservar informações da indústria nacional. Chega de dar tudo de bandeja para a Meta/NSA/CIA do Sr. Mark Zuckerberg. Soberania.
— Ricardo Cappelli (@RicardoCappelli) August 14, 2024
Segundo o antigo secretário-executivo do Ministério da Justiça, a decisão de abandonar o WhatsApp na troca de mensagens oficiais tem a ver com a recorrência dos casos de vazamentos e roubo de dados associados à plataforma. Um dos mais recentes envolve o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Na última terça-feira (13), a Folha revelou mensagens de WhatsApp de assessores de Moraes solicitando ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), informalmente, relatórios sobre pessoas investigadas nos inquéritos das milícias digitais e das fake news. A publicação afirma ter 6 GB de mensagens e arquivos trocados via app que não foram obtidos por interceptação ilegal.
Banindo o WhatsApp do governo
A ideia de banir o WhatsApp das trocas de mensagens entre integrantes da alta cúpula do governo federal é defendida por Cappelli desde o ano passado. Quando liderou interinamente o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), ele criticou o uso do app e de redes sociais para repassar informes de inteligência.
Já enquanto estava no Ministério da Justiça, disse que pensava em tomar uma medida semelhante à anunciada agora. Na ocasião, teria sido discutida a substituição do serviço da Meta por uma plataforma própria a ser utilizada pela Polícia Federal.
“Alguém tem de ser o primeiro”, disse ele ao jornal, se referindo à possibilidade de substituir o WhatsApp por um mensageiro mais seguro para a comunicação interna da ABDI. Ainda de acordo com o executivo, o mesmo deveria ser feito em relação à troca de informações em outros órgãos federais e nos demais poderes da União.
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