Recentemente, por meio do Instagram, uma nova “trend” se iniciou. Para quem não sabe, o termo designa uma tendência das mídias sociais, que podem e são replicadas à exaustão por seus usuários.
Nesta trend em específico, milhares de pessoas eram convidadas a responder perguntas bastante pessoais, incluindo suas comidas e hobbies preferidos, além de um medo ou fobia.
Essa ampla exposição de dados passou a preocupar especialistas, incluindo uma advogada que explicou alguns dos perigos de compartilhar informações pessoais nas redes sociais.
Advogada diz que tá na modinha dar informação de graça para bandido, se referindo a nova trend do instagram pic.twitter.com/O2IXB2deAg
— FUTRICAS (@futricasefofoca) December 5, 2023
No vídeo, a profissional acredita que tudo isso pode facilitar criminosos a aplicarem golpes virtuais. Compartilhado em diversos locais, incluindo o Twitter, a partir dos comentários, é possível notar uma descrença de boa parte dos usuários com relação ao alerta.
Mas afinal, há fundamento na preocupação sobre a exposição silenciosa de dados nas "trends" das redes sociais? Confira mais detalhes sobre o assunto logo abaixo!
- Fique por dentro: Saiba como a exposição nas redes sociais pode prejudicar as crianças
Quais são os riscos da exposição silenciosa de dados nas redes sociais?
Apesar dessa trend ser bastante divertida, trazendo mais interatividade para todos os usuários envolvidos, não há como ignorar todos os perigos que o compartilhamento de informações muito simplórias acaba causando. Em linhas gerais, os cibercriminosos não precisam de muita coisa para conseguirem agir.
Para se ter uma noção, a partir de informações públicas contidas em redes sociais, você está exposto ao roubo de identidade em atividades fraudulentas em seu nome, possibilita a criação de engenharia social — no qual criminosos utilizam detalhes postados nas redes sociais para criar narrativas e aplicar golpes —, e ainda contribui para que outros dados sejam obtidos.
Pensar que o cenário é inofensivo e que nada irá acontecer com você é ainda mais perigoso, pois os criminosos agem como predadores, apenas esperando uma oportunidade específica para se dar bem.
As redes sociais podem representar um grande perigo em um mundo cada vez mais conectado e com muitas ameaças digitais. (Getty Images/Reprodução)Fonte: Getty Images
Imagine que você vai participar de um processo seletivo e publica sobre o assunto na sua rede social. Vasculhando seu histórico na plataforma, golpistas podem encontrar dados que lhes dêem substância para disparar e-mails com phishing, por exemplo.
E o seu envolvimento em algo verdadeiro poderá fazer com que você nem repare na fraude.
Como as redes sociais facilitam a exposição de dados?
Embora sejam muito boas em diversos momentos, para conexão de pessoas, compartilhamento de notícias e entretenimento, as redes sociais também podem ser sinônimo de algo para se evitar. E é justamente a partir dessa exposição constante que muitos se vêem motivados a se expor.
De alguma maneira, as redes sociais criam um senso de pertencimento bastante forte e sólido, motivando pessoas a deixarem suas respectivas vidas abertas. Por meio delas, há diversos exemplos de influenciadores digitais que se tornaram famosos a partir de condições muito simples.
Esse fator é capaz de criar elos emocionais grandiosos e fazer com que outros usuários tentem o mesmo destino. Com isso, participar de todas as trends se torna algo básico. Mas nem sempre essas trends são o que parecem!
É preciso ter muito cuidado com as redes sociais, mesmo que seu perfil seja privado. (Getty Images/Reprodução)Fonte: Getty Images
Mesmo que seus criadores queiram apenas desenvolver novas interações com os usuários das redes sociais, sem segundas intenções, criminosos não tem o mesmo pensamento – e além deles, as empresas ávidas para vender seus produtos também estão de olho em tudo o que é tendência no momento.
Qual é a importância da privacidade nas redes sociais e como nos proteger?
Nesse sentido, é interessante pensar mais sobre nossa privacidade nas redes sociais, principalmente quando existem diversas ameaças digitais à solta e prontas para nos surpreender.
Sendo assim, há algumas dicas essenciais para pensar sobre o assunto. A primeira delas é ter um perfil fechado e privado, no qual você tem mais controle sobre quem visualiza o que você compartilha. Mas, caso esse não seja seu desejo, é possível restringir determinados acessos.
No Facebook, por exemplo, você consegue listar uma série de permissões para quem visita seu perfil e ainda não é um amigo. No Instagram, infelizmente, não há como fazer tantas privações e, neste caso, a dica é evitar fazer postagens com localização no feed e utilizar o recurso “Melhores Amigos” nos stories.
Boas práticas de proteção podem ajudar a evitar transtornos futuros por meio das redes sociais. (Getty Images/Reprodução)Fonte: Getty Images
Em aplicativos mensageiros, como o WhatsApp e Telegram, o uso de criptografia de dados já está disponível. A partir de códigos e algoritmos, suas informações, mesmo aquelas em trânsito, ficam escondidas e a salvo de invasores mais avançados – isto é, quem já entende de linguagem de programação para cometer crimes.
Para quem é usuário assíduo do Twitter, além da opção de privar o perfil, uma boa dica é não utilizar seu nome completo na rede social e sim um apelido. Na descrição da sua página, não exponha sua data de nascimento e nem sua localização.
E, no geral, revise sempre que possível todas as configurações de privacidade das plataformas que você utiliza, para saber se há algum novo mecanismo de segurança disponível. No mais, não deixe de criar senhas fortes e tenha consciência de que, ao participar de determinadas trends, você estará exposto de alguma maneira.
Tudo isso poderá garantir que a sua privacidade seja respeitada. Assim como na vida pessoal, nós deixamos as outras pessoas saberem da nossa vida só a partir daquilo que selecionamos. Ninguém quer que a privacidade acabe violada, mas é necessário ter boas práticas para evitar que invasões inesperadas aconteçam.
Entender mais sobre os mecanismos da Lei Geral de Proteção de Dados, sancionada em 2020, pode ajudar a se proteger. (Getty Images/Reprodução)Fonte: Getty Images
E atenção: você não está sozinho! Os termos de uso das redes sociais devem estar de acordo com o que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) determina. Por esse motivo, caso aconteça algo com você, a plataforma pode ser responsabilizada caso não ofereça algum tipo de suporte para seu problema, sobretudo quando se fala em invasões e venda de dados pessoais a empresas.
“A LGPD traz obrigações para os agentes de tratamento, mas certamente a ação da sociedade vai acelerar o processo de aculturamento e impulsionar para que as instituições se posicionem corretamente em favor da proteção de dados”, explicou Diana Troper, Data Protection Officer da Unico, em entrevista ao portal GZH.
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