A polícia do Equador investiga desde segunda-feira (20) um atentado contra o apresentador Lenin Artieda, da TV Ecuavisa, dentro do estúdio da emissora em Guaiaquil. Em entrevista coletiva, o chefe de investigações criminais da Polícia Nacional do Equador, Xavier Chango Llerena, disse que o jornalista teria se ferido após conectar ao seu computador um pen drive recebido em um envelope.
Sem identificar Artieda pelo nome, o investigador revelou que o apresentador teve ferimentos leves na mão e no rosto, mas se encontra em bom estado de saúde. Para Llerena, o dispositivo explosivo foi supostamente ativado pela carga elétrica recebida quando inserido na entrada USB do PC. Acredita-se que a unidade flash continha RDX, ou ciclotrimetilenotrinitramina, um explosivo militar.
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Além do pen drive enviado à TV Ecuavista, as autoridades policiais detectaram envelopes contendo supostos explosivos em outras quatro emissoras, duas também em Guaiaquil e outras duas na capital Quito, além de uma empresa de delivery.
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— Policía Ecuador (@PoliciaEcuador) March 20, 2023
Detalles sobre las diligencias investigativas de @PoliciaEcuador, ante atentados (artefactos explosivos) a medios de comunicación en #GYE.
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O que diz o governo do Equador?
De acordo com a CBS, o ministro do Interior do Equador, Juan Zapata, informou que, além da carta-bomba dirigida a Lenin Artieda, da Ecuavisa, outras tinham como destinatários os jornalistas: Mauricio Ayora, da TC Televisión; Carlos Vera, de veículos de comunicação locais; Milton Pérez, da Teleamazonas; e Miguel Rivadeneria, da rádio EXA.
Pela similaridade entre os cinco casos, o Ministério Público deu início a uma investigação única por terrorismo, crime punido no país com até 13 anos de prisão. “Há uma mensagem absolutamente clara de calar jornalistas que foram fortes em sua forma de ser, ou de calar a imprensa”, afirmou Zapata.
Maior cidade do país e principal porto de exportação de cocaína para a Europa, Guaiaquil tornou-se cenário de conflitos violentos entre quadrilhas de narcotraficantes. Em nota, o governo equatoriano afirmou que "rejeita categoricamente qualquer forma de violência perpetrada contra jornalistas e meios de comunicação".
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