Acompanhar a Copa do Mundo 2022 por meio do app oficial da competição não é uma boa ideia. De acordo com o alerta emitido na terça-feira (15) por reguladores de dados da Europa, o software traz um “enorme risco” à privacidade dos usuários.
O aplicativo em questão é o “Copa do Mundo Hayya”, cujo download é solicitado pelo governo do Catar a todos os estrangeiros que chegam ao país para acompanhar o evento, programado para começar no próximo domingo (20). Além dele, as autoridades locais recomendam a instalação do app Ehteraz, para rastreamento de infecções.
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Conforme a comissão de proteção de dados da Alemanha, ambos os programas funcionam como spywares, fornecendo, às autoridades do país, um amplo acesso aos dados dos usuários. Um deles é capaz de coletar detalhes sobre se e com qual número o telefone realizou uma chamada.
Os apps têm como foco os torcedores que chegam ao Catar para a Copa.Fonte: Shutterstock
Já o outro transfere todas as informações rastreadas para um servidor central, além de impedir que o smartphone no qual está instalado entre no modo de economia de energia, o que desativa as conexões. Para os especialistas alemães, a instalação de tais apps só deve acontecer em condições “absolutamente necessárias” e em um celular “vazio”, preferencialmente.
Grupos vulneráveis devem ter cuidado
Além da Alemanha, especialistas de outros países europeus também divulgaram alertas sobre os riscos de espionagem nos apps da Copa do Mundo. O regulador francês, por exemplo, recomendou a desinstalação dos softwares assim que o viajante deixar o Catar e pediu cuidado com fotos e vídeos armazenados no telefone.
Por sua vez, o regulador de dados da Noruega se disse “alarmado” com o acesso exigido pelos programas. A autoridade ressaltou ainda que há uma possibilidade real de monitoramento pelo governo do Catar, especialmente em relação aos “grupos vulneráveis”, segundo o site Politico.
Os apps tratados como “espiões” pelas autoridades europeias estão disponíveis nas lojas Google Play Store e App Store, podendo ser baixados inclusive por quem não está no Catar. Até o momento, o governo do país localizado no Oriente Médio não se manifestou a respeito das críticas dos especialistas.
Fontes