Binance 'aperta o cerco' contra hacker que roubou US$ 570 milhões

A exchange de criptomoedas Binance está muito perto de descobrir a identidade do hacker que orquestrou um desvio de US$ 570 milhões (R$ 3 bilhões) de sua blockchain BNB. A informação foi prestada à CNBC na segunda-feira (24) pelo CEO da corretora, Changpeng Zhao.

Falando ao programa de negócios “Squawk Box Europe” da emissora norte-americana, Zhao afirmou ter recebido algumas pistas da polícia que podem levar à identificação do criminoso virtual. De acordo com o executivo, a Binance estaria fechando o cerco contra a pessoa, ou pessoas, por trás do ciberataque.

Ele explicou que a operação que permitiu que os autores retirassem 2 milhões de tokens BNB da Binance – no valor de quase US$ 570 milhões – teve como alvo o BSC Token Hub, nome da ponte de cadeia cruzada que interliga a BNB Beacon Chain (BEP2) com a BNB Smart Chain (BSC) que é compatível com a máquina virtual de Ethereum.

O âncora Geoff Cutmore entrevista o CEO da Binance, Changpeng Zhao. (Fonte: Binance/Twitter/Divulgação.)Fonte:  Binance/Twitter 

Ataques às "pontes" de blockchain

Segundo dados da empresa de dados Chainalysis em agosto, essas pontes de cadeia cruzada (cross-chain bridges em inglês), protocolos que permitem aos usuários enviar tokens entre blockchains diferentes, já permitiram violações que podem ultrapassar os US$ 2 bilhões.

Embora bastante populares no mercado das finanças descentralizadas (DeFi), as "pontes" de blockchain tornaram-se os alvos preferidos dos cibercriminosos, que exploram falhas em seus códigos. A Chainalysis estima que quase 70% de todos os roubos de criptomoedas registrados em 2022 tenham sido feitos nesses sistemas.

Após o ataque à Binance, a empresa pausou todas as atividades em sua rede BNB Chain. Em seguida, coordenou com validadores de rede (indivíduos e entidades que aprovam as transações) a aprovação de uma atualização. Segundo Zhao, “A blockchain foi capaz de congelar cerca de 80% a 90% dele [do ataque]; então a perda real foi muito menor”.