O diretor de Comunicação da Binance, Patrick Hillmann, revelou ter sido alvo de cibercriminosos que utilizaram a tecnologia de deepfake para se passarem por ele. Em comunicado divulgado na quarta-feira (17), o executivo contou que os golpistas enganaram representantes de projetos de criptomoedas interessados em serem listados na corretora.
Segundo Hillmann, os criminosos virtuais se basearam em imagens dele exibidas na TV e em entrevistas para criar um “holograma” bastante próximo da sua identidade real. A imagem gerada com o auxílio de inteligência artificial era utilizada em reuniões por meio de chamadas de vídeo do Zoom com executivos do mercado de criptoativos.
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“Esse deepfake foi refinado o suficiente para enganar vários membros da comunidade de criptomoedas altamente inteligentes”, escreveu o funcionário da corretora. No entanto, ele destacou que alguns atributos físicos, como os 15 kg que ele “ganhou” após pegar covid-19, estavam ausentes na montagem, ajudando a identificar a fraude.
Hillmann descobriu o golpe após ser procurado pelas pessoas enganadas.Fonte: Binance/Divulgação
O representante da Binance contou ainda que só descobriu o uso da sua imagem no golpe após receber mensagens das pessoas enganadas agradecendo pela possível oportunidade de terem seus produtos listados na corretora. Em resposta, ele disse que não as conhecia nem estava envolvido em nenhum processo de listagem organizado pela companhia.
Golpistas pediam pagamento antecipado
Os responsáveis pelo golpe com deepfake do diretor de Comunicação da Binance pediam dinheiro aos representantes de tokens interessados em ter seus produtos disponibilizados na corretora. Usando a imagem falsa do executivo, eles afirmavam que o pagamento antecipado era necessário para agilizar o processo.
Não há informações sobre quantas empresas foram enganadas ou se os representantes delas chegaram a pagar alguma quantia para os cibercriminosos. Sobre o processo de listagem, Hillmann ressaltou que ele é realizado exclusivamente por meio do app oficial da corretora e inclui uma rigorosa análise dos requisitos, não havendo atalhos para acelerar a checagem.
O diretor lembrou ainda de outros golpes recentes usando a técnica, nos quais hackers se passavam por representantes da própria Binance e de empresas como Twitter, Facebook e LinkedIn, e pediu às empresas que denunciem qualquer pessoa oferecendo facilidades para a listagem na exchange. As denúncias podem ser feitas na página de suporte da corretora.
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