Um discurso virtual feito domingo (20) no Knesset, o parlamento de Israel, pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky trouxe à tona a questão do posicionamento do país do Oriente Médio em relação à invasão russa na Ucrânia. No discurso, o executivo, que é judeu, criticou a postura do governo israelense por não se juntar a outras nações ocidentais na imposição de sanções econômicas à Rússia, e também por não fornecer um sistema antimísseis ao seu país.
Para sensibilizar os congressistas, Zelensky fez uma alusão ao Holocausto, afirmando que os ataques russos ao seu país visam destruir o povo ucraniano, da mesma forma que os nazistas tentaram aniquilar o povo judeu.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
Assine já o The BRIEF, a newsletter diária que te deixa por dentro de tudo
Fonte: Volodymyr Zelensky/Twitter/Reprodução.Fonte: Volodymyr Zelensky/Twitter
Por que Israel se recusou a vender o Pegasus para a Ucrânia?
Segundo o The New York Times, para além da retórica do presidente ucraniano, existe mais do que o inconformismo pela recusa do fornecimento do chamado Iron Dome, sistema capaz de detectar mísseis inimigos em um raio de 70 quilômetros. Em reportagem divulgada no mês passado, o jornal norte-americano revelou que as autoridades de Israel negaram um pedido da Ucrânia, feito em agosto de 2021, para comprar o famigerado spyware Pegasus.
A Ucrânia e a Estônia já tentaram comprar o Pegasus no passado. O objetivo das duas ex-repúblicas soviéticas era usar o software espião para extrair furtiva e remotamente conteúdo de celulares de autoridades e militares russos. Como Moscou faz "vista grossa" em ataques do exército de Israel a alvos iranianos e libaneses dentro da Síria, o Ministério da Defesa israelense não quis confrontar Moscou e negou as duas licenças aos países do leste europeu.
A verdade é que o governo de Israel utiliza o Pegasus, hoje em uma "lista de restrição" do governo norte-americano, como uma ferramenta estratégica para sua política externa. O spyware já foi vendido a governos autoritários para espionar dissidentes e ativistas de direitos humanos.
Fontes
Categorias