O grupo hacktivista Anonymous realizou ontem (22) um ataque virtual contra a matriz suíça da Nestlé e vazou 10 GB de dados da empresa na internet. O conteúdo divulgado inclui e-mails, senhas e informações comerciais de parceiros da gigante do setor alimentício.
De acordo com uma conta do Twitter de uma das células do coletivo, o ataque foi uma retaliação contra a Nestlé por ela continuar fazendo negócios na Rússia. Logo no início da invasão russa à Ucrânia, o Anonymous já havia declarado uma “guerra cibernética” contra Vladimir Putin.
Utilizando as palavras “Boicote a Nestlé”, a conta da rede social que confirmou o ataque divulgou um link com os supostos dados. Em uma captura de tela é possível verificar detalhes sobre parceiros do setor de café da empresa.
#BoycottNestle: 10GB Nestle Database Leaked
— Anonymous (@LatestAnonPress) March 22, 2022
Leak: https://t.co/5jzc7NWjf1
Via @Ksecureteamlab pic.twitter.com/9RCkvwIB3d
Além da marca alimentícia, essa célula do Anonymous também ameaçou a Decathlon e Leroy Merlin, companhias francesas que também decidiram não deixar de fazer negócios com a Rússia e manter filiais no país comandado por Putin. “Nós aguardem”, ameaçou o grupo hacktivista.
Expect us https://t.co/UdQrBP0aHO
— Anonymous (@LatestAnonPress) March 18, 2022
Anteriormente, eles já haviam reivindicado também ações cibernéticas que tiveram como alvo sites de veículos de imprensa russos como a emissora de televisão pública RT, além das páginas oficiais do governo como a Câmara do Parlamento e Ministério da Defesa.
Suspensão dos negócios
Por causa da pressão e muito possivelmente do ataque dos Anonymous, a Nestlé decidiu, nesta quarta-feira (23), suspender algumas marcas de produtos na Rússia. Não serão mais comercializadas no país produtos KitKat e Nesquik, por exemplo, segundo a Reuters.
O movimento de mercado é inédito para a marca, já que ela se notabilizou por não deixar de atuar mesmo em zonas de guerra. Uma das lembranças mais fortes neste sentido foi a atuação comercial da Nestlé na África do Sul durante o apartheid, que segregava a população negra e durou até 1994.
"Estamos com o povo ucraniano e nossos 5.800 funcionários lá", afirmou a empresa em comunicado, acrescentando que continuaria a pagar os funcionários russos normalmente.
A decisão foi tomada também após uma crítica do próprio presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. No último final de semana, ele acusou a Nestlé de não cumprir seu slogan global de “Good Food, Good Life”, algo como “Boa Comida, boa vida” em tradução livre.
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