O debate sobre a utilização da criptografia de ponta a ponta em todos os apps do Facebook segue quente no Reino Unido. Na sexta-feira (21), foi a vez de a autoridade britânica de proteção de dados (ICO) intervir na discussão, se mostrando favorável ao uso da tecnologia.
Recentemente, um grupo de ativistas de segurança infantil, apoiado por instituições de caridade e sobreviventes de abusos, lançou uma campanha contrária aos planos da empresa de Mark Zuckerberg de fortalecer a criptografia em todas as suas plataformas, querendo impedir a sua implantação. As manifestações também receberam a aprovação do governo do país.
Mas, de acordo com o órgão independente, que supervisiona a proteção dos dados dos cidadãos britânicos, impedir a tecnologia coloca todos em risco, inclusive as crianças. Para a autoridade, a criptografia de ponta a ponta fortalece a segurança online e reduz as exposições a ameaças, além de permitir o compartilhamento seguro de informações.
As mensagens criptografadas estão presentes no WhatsApp, impedindo o acesso de terceiros.Fonte: Pixabay
“Isso fortalece a segurança online das crianças ao não permitir que criminosos e abusadores enviem conteúdo prejudicial ou acessem suas fotos ou localização”, disse o diretor executivo do ICO Stephen Bonner. Ele se refere à ferramenta já presente no WhatsApp e que deve chegar ao Instagram e ao Facebook a partir de 2023.
Argumentos contrários à tecnologia
Fortalecer a privacidade, garantindo maior sigilo para os participantes de uma conversa, é o maior benefício da criptografia de ponta a ponta. Com ela ativada, apenas os participantes do chat têm acesso às mensagens, que não podem ser lidas pela plataforma na qual o bate-papo acontece.
Conforme os grupos contrários à ativação do recurso no Facebook Messenger, principalmente, a ferramenta permitirá ocultar uma enorme quantidade de casos de abuso sexual infantil no serviço de mensagens. A campanha, denominada “No Place to Hide”, pede um debate mais amplo antes de criptografar as redes sociais.
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