As características do Telegram se tornaram ideal para a proliferação de vendas de dados financeiros roubados, aponta um relatório divulgado pela empresa de inteligência cibernética Cybersixgill. O serviço de mensagens instantâneas gratuito possui regras flexíveis e se tornou uma alternativa aos fóruns secretos da deep e dark web, afirma a empresa.
Criar e manter um canal na plataforma é mais fácil e simples do que construir um site com extensão .onion na tradicional dark web. Entre outras vantagens, os canais são pesquisáveis, têm acesso facilitado e ainda contam com a popularidade e segurança do Telegram.
Telegram se tornou alternativa atrativa para cibercrimes, aponta empresa. (Fonte: Freepik/Reprodução)Fonte: Freepik/Reprodução
Com a mesma rapidez e velocidade em que são criados, os canais podem ser excluídos. Os grupos, que podem contar com até 200 mil usuários, são difíceis de rastrear e serem relacionados com as identidades reais dos cibercriminosos. Tudo isso dificulta as investigações e favorece as atividades ilegais, aponta a Cybersixgill.
Além disso, o Telegram, que conta com mais de 500 milhões de usuários ativos, tem uma abordagem de moderação que se preocupa apenas com o conteúdo extremista, deixando o espaço aberto para a negociação de informações como números de cartões de crédito, credenciais de contas do PayPal, entre outros crimes.
Relatório de inteligência
Atividade criminosa diminuiu no Telegram em 2021. (Fonte: Cybersixgill/Reprodução)Fonte: Cybersixgill/Reprodução
Para mapear a atividade criminal no Telegram, os pesquisadores buscaram, ao longo de 2021, dados de alta qualidade como listagens com palavras-chave relacionadas à lavagem de dinheiro e vendas de dados financeiros.
De acordo com a empresa, o discurso em torno de cartões de crédito comprometidos, registros bancários e transferências de dinheiro caiu quase 60% em relação a 2020. Apesar do aumento do comércio online durante a pandemia, essa redução está ligada à diminuição geral na emissão de novos cartões de crédito no período.
Os recursos ilegais são movimentados por meio de contas de plataformas como o PayPal, Chase e Western Union. Esses serviços são utilizados para lavagem de dinheiro por meio de criptomoedas, que são mais difíceis de rastrear.
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