O Departamento de Justiça dos Estados Unidos recuperou mais de US$ 154 milhões em bitcoins supostamente roubados de uma subsidiária da Sony no Japão. A quantia, equivalente a R$ 871 milhões pela cotação do dia, teria sido desviada durante uma transferência entre contas, conforme comunicado divulgado na segunda-feira (20).
De acordo com o processo aberto em San Diego (EUA), Rei Ishii, funcionário da Sony Life Insurance Company Ltd, falsificou instruções de transação durante a operação bancária, desviando os fundos para uma conta sob o seu controle em um banco na Califórnia. Na sequência, ele converteu o valor em bitcoins, adicionando-o em sua carteira de criptomoedas.
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Além de desviar o dinheiro, o acusado teria chantageado seu supervisor e alguns executivos da companhia sediada em Tóquio. Ishii enviou um e-mail aos superiores, dizendo a eles para não ajudar na ação liderada pelo Departamento Federal de Investigações dos EUA (FBI).
No documento, o funcionário dizia que a empresa não conseguiria recuperar os valores se houvesse colaboração com os agentes americanos. Por outro lado, o acusado oferecia um acordo para devolver a quantia, caso os executivos negociassem diretamente com ele, sem o envolvimento de terceiros.
Recuperando a fortuna
Conforme o órgão americano, a apreensão da criptomoeda roubada só foi possível graças ao contato rápido da Sony e do Citibank com as autoridades policiais após o roubo, em maio, e a cooperação com as investigações. O FBI rastreou o dinheiro até a carteira digital de Ishii, confiscou e vai devolver à companhia os 3.879 bitcoins, atualmente avaliados em US$ 180 milhões.
A operação, que terminou ainda com a prisão do acusado pela polícia japonesa, foi considerada um exemplo para os crimes envolvendo criptomoedas. “Os criminosos devem tomar nota: você não pode confiar na criptomoeda para ocultar seus ganhos ilícitos com as autoridades”, alertou o procurador-geral em exercício Randy Grossman.
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