O Identity Theft Resource Center (ITRC), organização sem fins lucrativos especializada em orientar e mitigar os impactos de crimes cibernéticos, divulgou um estudo na semana passada que revelou uma face sombria do aumento da presença digital das empresas, ocorrido principalmente durante a pandemia, para melhorar o relacionamento com os clientes. Segundo a instituição, um número considerável de empresas já desembolsou mais de US$ 1 milhão para lidar com ataques de hackers.
De acordo com o Business Aftermath Report, pelo menos 58% das pequenas empresas dos EUA sofreram algum tipo de violação de segurança ou de dados. Esses ataques de cibercriminosos resultaram em pesadas perdas financeiras, com a maioria desses pequenos comerciantes se vendo obrigados a pagar centenas de milhares de dólares para cobrir os custos com a normalização dos sistemas.
Atento SA tem dados vazados; empresa não pagou ransomware
Segundo a Administração de Pequenos Negócios dos EUA (SBA), agência governamental responsável por fornecer suporte a empreendedores e pequenas empresas norte-americanos, existem hoje naquele país cerca de 32 milhões de empreendimentos com menos de 500 funcionários. Para avaliar como essas organizações são afetadas por ataques cibernéticos, o ITRC trabalhou com uma amostra de 417 pequenos empresários.
Os resultados da pesquisa do ITRC
Fonte: ITRC/DivulgaçãoFonte: ITRC
Três quartos dos negócios afetados por acessos não autorizados aos dados de suas redes digitais afirmaram ter sofrido pelo menos dois incidentes de segurança, enquanto os demais sofreram pelo menos três. Desse público, 44% gastaram entre US$ 250 mil a US$ 500 mil para cobrir custos de violação, ao passo que 16% afirmaram ter desembolsado entre US$ 500 mil a US$ 1 milhão, ou seja, R$ 5,6 milhões.
A maioria dos entrevistados reconheceu ter levado vários anos para se recuperar financeiramente dessas violações. Um terço desses empresários se viu obrigado a "queimar" suas reservas financeiras para se recuperar, enquanto 36% admitiram que tiveram que recorrer a empréstimos. Para 15% deles, a solução encontrada foi reduzir suas folhas de pagamento e demitir funcionários.
“Por trás de todas essas estatísticas estão pessoas", lembra a presidente e CEO do ITRC, Eva Velasquez.
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