Visando criar uma atmosfera positiva no ambiente de trabalho, a japonesa Canon instalou câmeras inteligentes com "reconhecimento de sorrisos" em seu escritório na China. Assim, apenas "colaboradores sorridentes" podem entrar em determinadas salas.
Segundo a companhia, o objetivo da ação é garantir que as pessoas estejam sempre felizes. No futuro, ela pretende disponibilizar a ferramenta para outras empresas e "espera levar alegria para todos na era pós-pandemia".
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Câmera de reconhecimento de sorriso no escritório da Canon.Fonte: Canon/Divulgação
A ação da Canon é um exemplo de como as empresas chinesas usam a tecnologia de forma invasiva para monitorar os colaboradores. Há relatos de companhias que instalam softwares nos computadores dos funcionários para medir a produtividade.
Um recente artigo do Financial Times também destacou outros casos extremos. Por exemplo, usar câmeras de segurança para calcular o tempo gasto no horário de almoço e até rastrear os movimentos fora do escritório com apps móveis.
"As pessoas não estão sendo substituídas por inteligências artificiais. Em vez disso, a tecnologia aumenta o ritmo para trabalharem como máquinas, assim como aconteceu na Revolução Industrial", explica o acadêmico Nick Srnick da King's College de Londres.
Embora invasivas, as “câmeras de sorrisos” são a forma menos perigosa de vigiar colaboradores.Fonte: Canon/Divulgação
Fenômeno que ocorre fora da China
As "câmeras de sorrisos" da Canon são apenas um reflexo de uma tendência que não está limitada a países como a China. Conforme o Financial Times, ações semelhantes acontecem nos EUA e no Reino Unido.
Basta lembrar do caso dos motoristas da Amazon e a dinâmica de explorar os esforços dos funcionários. Outro exemplo são softwares como o Microsoft 365 que possuem ferramentas para manter o controle dos colaboradores em home office.
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