Recentemente, a Interactive Advertising Bureau (IAB), sediada em Nova York (EUA), foi acusada violar a privacidade de seus usuários. De acordo com a denúncia, a associação que desenvolve padrões para indústria de anúncios digitais teria disponibilizado informações, sem a permissão dos usuários, para corretoras de anúncios e outras empresas.
O acesso aos dados ocorreria enquanto o espaço publicitário está sendo leiloado, o que por sua vez acontece durante o carregamento do site — prática conhecida como "lance em tempo real", em tradução livre do inglês.
A acusação foi feita por Johnny Ryan, membro do Conselho Irlandês de Liberdades Civis. Ele explica: "Essas solicitações de lance incluem inferências de sua orientação sexual, religião, o que você está lendo, assistindo e ouvindo, sua localização".
A IAB Tech Lab se pronunciou dizendo que não havia recebido nenhum tipo de denúncia sobre o assunto, embora documentos judiciais apontem que já existiam acusações registradas desde o dia 18 de maio deste ano.
"Estamos revisando as alegações em conjunto com nossos consultores jurídicos e responderemos no devido tempo, se for apropriado", disse uma porta-voz da associação.
Johnny Ryan, ex-profissional da área de publicidade, fez a denúncia pelo Conselho Irlandês de Liberdades Civis. (Fonte: BBC News, Getty Images/Reprodução)Fonte: Getty Images
De acordo com Ryan, a maioria das pessoas que utilizam serviços online não tem conhecimento da quantidade de informações que são distribuídas sobre elas e seu destino. O caso foi apresentado em um tribunal em Hamburgo, sob o fundamento de que ninguém consentiu ativamente que esses dados fossem coletados ou compartilhados. A acusação está sendo investigada e ainda não recebeu uma conclusão jurídica.
Em defesa aos usuários
A Apple, por outro lado, tem se mostrado preocupada com a privacidade de seus clientes e busca garantir ao usuário o controle de suas próprias informações. Por exemplo, a última atualização do iOS 14 traz um mecanismo que reforça o consentimento "opt-in" sobre ter seus anúncios rastreados — recurso que foi muito bem recebido pelo público, que em maioria optou pela desativação.
Sem a permissão para obter esses dados, o Facebook — que criticou duramente a decisão da Maçã — sofreria com anúncios menos eficazes e diz que a mudança afetará de maneira mais severa as pequenas empresas.
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