Ter algum tipo de dado pessoal exposto de forma indevida tem se tornado uma ameaça cada vez mais real e comum. Só no início deste ano, casos como o do Governo Federal, onde mais de 223 milhões de brasileiros tiveram seus dados vazados, ou o mais recente ocorrido com o Facebook, onde 553 milhões (sendo 8 milhões de brasileiros) também sofreram com a exposição de informações indevidas (inclusive o próprio CEO Mark Zuckerberg), somam números expressivos que trazem um alerta à população.
Como especialista em segurança, posso afirmar que é válida toda a preocupação gerada quando episódios como esses acontecem, afinal, cada vez que um vazamento de dados ocorre, todos aqueles que tiveram informações expostas se tornam mais vulneráveis por não saber qual foi o destino que seus dados tomaram e na mão de quem se encontram, o que facilita a aplicação de golpes e fraudes.
Mas o que podemos aprender com esses incidentes? Estar totalmente imune é quase impossível já que, por mais que tomemos todos os cuidados, tornou-se inegável que precisamos ceder nossos dados praticamente para qualquer coisa que quisermos fazer. Mas, felizmente, não estamos desamparados — a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), combinada com ações preventivas, pode se tornar nossa principal aliada.
LGPD: o que essa lei significa na prática?
Entre idas e vindas, dúvidas e ajustes, a LGPD está em vigor desde setembro de 2020, colocando a lei a favor da proteção dos dados pessoais e garantindo que empresas respeitem suas determinações sob pena de multas altas. Do lado do consumidor ou da pessoa física, a lei estabelece que é preciso o consentimento do titular das informações antes que elas sejam usadas por alguma organização — podendo ele questionar pontos como onde os dados foram encontrados, quem os forneceu, para qual finalidade ele foi adquirido, etc.
Prevenção como principal chave
Além da lei do nosso lado, temos também algumas ações básicas e cuidados contínuos que podem nos ajudar a evitar a exposição e o uso de nossas informações de forma indevida e não autorizada. Confira abaixo:
- senhas seguras e diversas;
- verificação de duas etapas;
- acesso feito apenas por dispositivos seguros e reconhecidos previamente;
- evitar clicar em links desconhecidos e suspeitos, seja por e-mail, Whatsapp ou qualquer outra plataforma.
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André Carneiro, colunista do TecMundo, tem cerca de 20 anos de experiência na indústria de segurança. Na Sophos, já atuou como executivo de contas de canal e engenheiro de vendas e, desde setembro de 2019, é o Country Manager da marca para o Brasil. Nessa posição, André lidera a estratégia de crescimento da Sophos no Brasil, expandindo o alcance da companhia em diferentes mercados.
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