Representantes políticos de países da União Europeia estão acusando a Rússia de utilizar deepfakes para imitar opositores em vídeo com "máscaras" digitais e realizar reuniões oficiais com parlamentares de outros países.
Segundo o jornal The Guardian, foram várias as denúncias de videoconferências com alguém se passando por Leonid Volkov, que é chefe de gabinete de Alexei Navalny. Ele é o maior opositor do atual presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Par viltus @leonidvolkov jeb: ka tris Baltijas valstis satika viltvardi un ka velak tapat “uzkeras” @ltvzinas. Mans skaidrojums šeit: https://t.co/KClylfJEiV.
— Rihards Kols (@RihardsKols) April 22, 2021
Attela - istais un neistais @leonidvolkov. Cik viegli vai gruti abi atškirami - to vertejiet paši. pic.twitter.com/q6IZf5kVYL
De acordo com os relatos, uma pessoa entrava em contato com o gabinete se dizendo representante de Volkov e marcando uma reunião por Zoom para discutir vários assuntos importantes — incluindo o apoio a presos políticos e até a questão do território da Crimeia, na fronteira com a Ucrânia.
Um dos representantes até recebeu o pedido de "contatar autoridades de alta patente dos Estados Unidos" para futuras conversas. Desconfiado, um dos participantes usou outra plataforma para confirmar a informação com Volkov, descobrindo que ele nem sequer sabia de uma reunião.
Golpe elaborado
Ou seja, a pessoa na conferência, apesar de ser idêntica ao político, era na verdade outra pessoa. Ainda não está claro se o método utilizado de fato foi o deepfake, como as acusações indicam — os responsáveis podem simplesmente ter utilizado um disfarce físico a partir de uma pessoa parecida.
Alguns dos políticos enganados incluem o chefe de Relações Exteriores do parlamento da Letônia, Rihards Kols, além de representantes de Estônia, Lituânia e Reino Unido. Kols compartilhou no Twitter uma captura de tela da reunião, afirmando que a pessoa do outro lado rapidamente desligou a câmera logo depois por "problemas técnicos". Ele acusou a estratégia de ser uma tentativa do governo Putin para enfraquecer as alianças de Navalny na política internacional.
Apesar de não ter provas, Volkov alegou em uma mensagem postada nas redes sociais que a falsificação pode ter sido o trabalho de Vovan e Lexus, uma dupla da Rússia que faz "pegadinhas" com celebridades e políticos se passando por pessoas influentes.
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