A Google teria enganado "parcialmente" os usuários da Austrália sobre a coleta e uso de dados de localização, segundo recente decisão do Tribunal Federal do país. A decisão, emitida pelo juiz Thomas Thawley, indica que a gigante da tecnologia rastreou a localização dos usuários de dispositivos Android sem que eles soubessem.
O caso foi apresentado em 2019 pela Comissão Australiana de Concorrência e Consumidores (ACCC). A organização alegou que entre janeiro de 2017 e dezembro de 2018, a Google deu aos usuários a impressão de que manter o "Histórico de localização" desativado bastava para impedir a coleta de dados. No entanto, isso não era o suficiente. Afinal, a empresa ainda poderia ter acesso à localização do usuário se a função "Web & App Activity" estivesse ativa.
Ação foi "parcialmente enganosa"
Conforme os autos do processo, o juiz responsável pelo caso afirmou que a atitude constitui uma violação à legislação da Austrália. No entanto, segundo seu entendimento, as ações da empresa foram apenas "parcialmente enganosas". Isso porque nem todos os usuários foram confundidos com o ato.
Em entrevista a repórteres, o presidente da ACCC, Rod Sims, declarou: "Achamos que o resultado de hoje é uma mensagem muito clara para as plataformas digitais de que elas devem ser francas com os consumidores sobre o que realmente está acontecendo com os dados, como estão sendo usados e como os consumidores podem proteger seus dados".
Google discorda de decisão
Em um comunicado, a Google deixou claro que discorda da decisão proferida e cogita interpor recurso. “Discordamos das descobertas recentes e estamos atualmente revisando nossas opções, incluindo um possível recurso”, disse um porta-voz da empresa.
"Fornecemos controles robustos sobre dados de localização e estamos sempre procurando fazer mais — por exemplo, recentemente introduzimos opções de exclusão automática do histórico de localização, tornando ainda mais fácil controlar seus dados", ele concluiu.
Fontes
Categorias