O uso do PIX como aplicativo de paquera, uma prática que vem crescendo entre os utilizadores da ferramenta de pagamentos instantâneos neste início de 2021, pode comprometer a segurança dos dados dos “pixsexuais”, como eles ficaram conhecidos. O alerta é da empresa ESET.
A prática de paquerar pelo PIX viralizou depois que usuários começaram a postar, nas redes sociais, prints de transferências de pequenas quantias para algum “crush”, aproveitando o recurso de mensagem de texto do sistema de pagamentos para interagir com a pessoa — essa função serve para indicar o motivo da transação financeira.
Mas de acordo com o pesquisador de segurança da ESET Daniel Barbosa, tal ação traz riscos para quem expõe suas chaves do PIX na internet. Isso porque o sistema mostra o nome completo do titular da conta vinculada e partes do CPF dele, ao iniciar a transferência, facilitando a ação de criminosos virtuais em busca de possíveis vítimas.
Exemplo de postagem divulgando a chave do PIX para paqueras nas redes sociais.Fonte: ESET/Reprodução
Para Barbosa, o perigo é ainda maior quando o praticante do “PIXTinder” escolhe o CPF ou o e-mail como chave para informar aos pretendentes, divulgando essas informações no Twitter ou outras plataformas. Ele destaca que, nestes casos, “pessoas mal intencionadas já terão praticamente seu cadastro completo”, bastando visualizar a postagem.
Como proteger seus dados
Além do CPF e do e-mail, é possível cadastrar o número do telefone como chave do PIX ou escolher um “número aleatório”. Nesta última opção, o próprio banco cria uma chave para você, sem vínculo com os demais dados.
Segundo o pesquisador, a opção número aleatório é a menos arriscada para quem eventualmente precisar compartilhar a chave publicamente, ressaltando que ela só deve ser informada quando for realmente necessário e com cautela.
Quem também alertou sobre os perigos de divulgar dados sensíveis para flertar foi o Banco Central, salientando que o PIX é “um meio de pagamento, não uma rede social”.
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