Uma vulnerabilidade presente há cerca de um ano no iMessage teria permitido o acesso a senhas, áudio de microfone e até mesmo câmeras de iPhones de 37 jornalistas, a maioria da Al Jazeera, emissora do Catar e a mais importante rede de televisão do mundo árabe.
O Citizen Lab, grupo de investigação de segurança cibernética canadense, revelou que a campanha de espionagem digital foi empreendida por um grupo apelidado de Kismet e que a invasão por meio do serviço de mensagens instantâneas desenvolvido pela Apple não teria deixado rastro algum.
Quatro operadoras com origem na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes Unidos estariam envolvidas no esquema, apesar de não se saber, exatamente, quais seriam as motivações das ações. Governos estariam por trás de ao menos dois agentes.
De todo modo, a falha parece não funcionar no iOS 14, última versão do sistema operacional da empresa da Maçã.
Ataque afetou jornalistas da mais importante rede de televisão do mundo árabe.Fonte: Reprodução
O que dizem os envolvidos?
Rania Dridi, da rede Al Araby, acredita ter sido um dos alvos devido às suas discussões sobre os direitos das mulheres e sua ligação com um crítico da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos. Outro profissional teria recebido links de spyware como os usados para espionar Ahmed Mansoor em 2016, ativista dos Emirados Árabes Unidos.
Afirmando investigar qualquer instância em que haja "evidência confiável de uso indevido" por seus clientes, o NSO Group, proprietário do software destinado à perseguição de criminosos, mas que foi utilizado nos ataques, disse não ter conhecimentos das alegações do Citizen Lab e salientou não ter acesso aos dados das vítimas.
A Apple, por sua vez, ressalta a necessidade de manter sistemas operacionais sempre atualizados, já que tal cuidado evitaria o que considerou um ataque altamente direcionado. Além disso, dependeria da colaboração do Citizen Lab para uma verificação mais detalhada do caso.
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