O Comprova, projeto que reúne jornalistas de 28 diferentes veículos de comunicação para verificar conteúdos suspeitos, concluiu que é enganoso o tweet que viralizou na semana passada insinuando que o ataque hacker sofrido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e outros órgãos públicos, no início deste mês, seja uma ameaça à segurança das urnas eletrônicas ou ao sistema eleitoral brasileiro.
Divulgado pela Folha de São Paulo no sábado (14), o parecer esclareceu que, ao contrário dos sistemas informatizados internos, os equipamentos de votação são máquinas isoladas, sem nenhum tipo de conexão com a internet.
O post verificado pelo Comprova tinha 7,6 mil curtidas e cerca de 1,4 mil compartilhamentos no Twitter. O seu conteúdo alegava falsamente que o ataque real ocorrido com instituições em Brasília poderia ser capaz de invadir as urnas eletrônicas, para colocar em xeque o sistema eleitoral.
Fonte: Estadão/ReproduçãoFonte: Estadão
Como funciona a transmissão dos dados nas eleições?
A coalizão de veículos de imprensa apurou com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que não existe possibilidade de um ataque virtual externo às urnas eletrônicas simplesmente porque elas não possuem nenhum tipo de hardware instalado capaz de fazer qualquer tipo de conexão a uma rede, com ou sem fio.
Como acontece em todas as eleições desde 1996, a contagem dos votos é feita a partir de um arquivo (o Registro Digital de Voto) retirado da máquina logo após o encerramento do período de votação e da impressão do boletim com o resultado daquela urna. O objeto, semelhante a um pen-drive, é levado até um pólo de transmissão privativo, que envia os dados para o TSE.
Segundo o diretor da empresa de cibersegurança Cipher, Fernando Amatte, um ataque hacker poderia até afetar o sistema do TSE, mas jamais as urnas que, além de desconectadas da rede, imprimem boletins ao final da votação em diferentes vias. Ou seja, em caso de qualquer interferência externa, há provas autenticadas que permitem uma checagem dos votos.
Fontes
Categorias