O mensageiro Telegram virou alvo de investigação por causa de deep fakes pornográficas que circularam na plataforma. A Autoridade Italiana de Proteção de Dados abriu um processo para averiguar as denúncias de que um canal no aplicativo permitia a criação de fotos e vídeos eróticos usando o rosto de outras pessoas sem autorização.
A denúncia original veio da empresa de segurança Sensity, que descobriu mais de 100 mil imagens geradas e compartilhadas em canais do Telegram até julho de 2020. O trabalho era feito automaticamente por bots, e o usuário precisava pagar para ter a imagem sem marca d'água e com maior nível de nudez. Aparentemente, o software usado era o DeepNude, que foi banido do GitHub em 2019 e abandonado pelo próprio criador justamente por perceber os riscos da criação. Algumas cópias, entretanto, foram salvas e continuaram a circular.
Por ferir dignidade e privacidade de usuário, o órgão vai pedir ao Telegram mais informações sobre o caso, para verificar até que ponto a plataforma atuou de modo a cooperar com as leis vigentes. O fato de permitir a atuação do bot em larga escala e talvez garantir a conservação de imagens manipuladas também serão levadas em conta.
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