Um estudo realizado pelo The Citizen Lab identificou que o popular aplicativo de bate-papo chinês WeChat não somente monitora conversas de usuários chineses como também tem acesso às conversas de estrangeiros. Segundo os pesquisadores, os dados recolhidos são utilizados para alimentar seus algoritmos de censura.
Apesar de ser comum que aplicativos como o WeChat monitorem seus usuários, uma série de países são contra essa prática. No entanto, o estudo descobriu que imagens e documentos compartilhados entre usuários fora da China também estão sendo analisados. Caso o conteúdo seja considerado politicamente sensível, ele é sinalizado e censurado automaticamente.
O estudo divulgou algumas demonstrações de como essa censura tem sido implementada. Na primeira imagem a seguir, um usuário do Canadá envia uma imagem para outro usuário chinês. No entanto, a imagem é considerada um conteúdo sensível. Assim, o aplicativo censurou a mensagem imediatamente, impedindo que o usuário chinês sequer a recebesse — o que pode ser verificado na imagem ao lado.
Uma vez que o conteúdo considerado sensível é sinalizado e censurado, ele é enviado para um sistema com aprendizado de máquina, utilizado para censurar informações no país. Esse tipo de prática é amplamente permitida na China, no entanto, muitos outros países não adotam a mesma postura. Ainda assim, o app também monitora e estuda conversas de estrangeiros.
A Google Play e a App Store exigem que os aplicativos sejam transparentes em relação à sua atuação nos dispositivos e informem quais acessos serão requeridos. No entanto, essa informação foi revelada somente agora através da análise do The Citizen Lab, uma vez que o WeChat não notificou os usuários sobre isso.
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