A Dark Web é, mitologicamente, o lugar que nenhum internauta de bem deveria frequentar. Parece que não é bem assim. Mesmo com toda a sua fama de antro, ela é o refúgio do usuário comum que não quer compartilhar o que faz online com ninguém – é isso o que aponta a pesquisa PreciseSecurity.com, realizada ao longo de 2019 com internautas de todo o mundo.
Para acessar esse canto da internet onde as atividades online não são rastreáveis e sites que não querem ser encontrados via mecanismos de busca se hospedam, não basta ter um provedor; é preciso um software específico e mais configurações especiais. Mesmo assim, o esforço vale a pena se o objetivo é o anonimato: é o que almejam quase 40% dos usuários entrevistados.
Manter sua privacidade online é outro motivo: 25% usam a Dark Web para fugir da indiscrição de governos estrangeiros; 25% não querem compartilhar dados com empresas e 24%, nem com seu provedor de internet. Escapar da censura também é um motivo relatado: 26% navegam pela deep net para ter acesso a conteúdo indisponível no lugar onde moram (mais comum entre usuários dos países do Oriente Médio e da África, além da Índia e da China) e 21%, para fugir da censura do governo.
Os americanos (26%) são os fregueses mais assíduos da Dark Web, visitando as profundezas da net diariamente (7% a usam apenas uma vez por semana). Em segundo lugar, estão os latino-americanos (21% diariamente e 13%, uma vez por semana) e, em terceiro, os europeus (17% todo dia e 11%, somente uma vez a cada semana).
Má fama e não saber usar, dois impeditivos
Segundo o levantamento da PreciseSecurity.com, os números não são maiores por um motivo prosaico: quase 50% das pessoas não usam a deep net porque não sabem como, e 45% não o fazem porque não precisam. A fama da Dark Web não é das melhores: 13% dos entrevistados tem uma má impressão do sistema (visto como covil de criminosos) e 10% acredita que a tecnologia envolvida não é confiável.
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