O Facebook confirmou que centenas de funcionários terceirizados estavam transcrevendo áudios que usuários enviavam pelo Messenger – mas, depois dos escândalos envolvendo Apple, Microsoft, Google e Amazon (que ouviam e gravavam o que seus usuários diziam sem que eles soubessem disso), a empresa suspendeu a operação e anunciou que ela não será retomada.
Chamado de "análise humana do áudio", o trabalho dos terceirizados consistia em avaliar se a inteligência artificial do Facebook interpretava corretamente os áudios enviados pelo Messenger. Nenhum deles tinha conhecimento da origem dos clipes ou como eles tinham sido obtidos. Segundo alguns dos funcionários (que pediram para não serem identificados), ninguém sabia por que o Facebook precisava das transcrições.
Clube de espiões
A empresa vem se juntar ao clube das grandes corporações de tecnologia que, às escondidas do público, ouviram e gravaram conversas de seus usuários. A Amazon mantinha uma equipe de milhares de funcionários em todo o mundo para transcrever as solicitações de áudio da Alexa, com o objetivo de melhorar o software (foi, inclusive, processada por gravar crianças através do dispositivo Echo Dot Kids).
A Microsoft foi acusada de fazer o mesmo via Skype, assim como o Google e, mais recentemente, a Apple com suas assistentes digitais. Todas as empresas anunciaram que deixaram a prática de lado; a Amazon disse que permitirá que os usuários optem por permitir que suas conversas sejam analisadas.
Violar a privacidade de seus usuários já rendeu à empresa de Mark Zuckerberg uma multa histórica de US$ 5 bilhões de reguladores nos Estados Unidos. Executivos do Facebook (incluindo o próprio Zuckerberg) disseram, em audiências no Congresso americano, que apenas obtêm informações de áudio se o usuário utiliza o microfone para alguma ação — como mandar mensagens de áudio pelo Messenger.
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