No começo da semana, o WhatsApp revelou uma brecha que permitia ataque hacker aos usuários. A vulnerabilidade possibilitava que terceiros infectassem smartphones com spyware, um tipo de espião para acompanhar mensagens trocadas e capturar informações e senhas. Segundo o jornal Financial Times, quem está por trás desse spyware é o NSO Group, de Israel.
A ONG Anistia Internacional denunciou ter sido alvo de programas de espionagem pelos hackers de Israel.
A BBC relembrou que esses hackers já estiveram em outras manchetes. Há um advogado de Londres, vítima do spyware, que está processando o NSO, por exemplo. Além dele, a ONG Anistia Internacional denunciou ter sido alvo de programas de espionagem pelos hackers de Israel que fazem parte da empresa.
Em 2016, o grupo foi acusado de desenvolver um software que instalava spyware em iPhones para roubar fotos, mensagens, emails, geolocalização e captação direta de câmeras e microfones. Em 2017, jornalistas e ativistas mexicanos também relataram invasões em smartphones por meio de um spyware da empresa.
Fundado em 2010, o NSO Group foi comprado em 2014 pela companhia de capital de risco norte-americana Francisco Partners. Segundo a própria empresa, seu trabalho é desenvolver ferramentas para o combate a crime, cibercrime e terrorismo. Porém, a BBC afirma que pesquisadores da área concluem que a NSO, na verdade, é uma revendedora de armas cibernéticas, como malwares, trojans, spywares e ransomwares.
Outra ferramenta supostamente desenvolvida pelo grupo de Israel é chamada de Pegasus. Voltado para espionagem, o programa teria sido uns dos principais recursos para acompanhar os passos do jornalista Jamal Khashoggi, morto no consulado saudita em Istambul, na Turquia, no fim de 2018.
O programa Pegasus teria sido uma das principais ferramentas para acompanhar os passos do jornalista saudita Jamal Khashoggi, morto no consulado saudita em Istambul.
Relembre: um processo contra o NSO Group indica que o spyware Pegasus é um dos instrumentos de vigilância utilizados pelo governo da Arábia Saudita. O documento citado foi realizado por Omar Abdulaziz, um ativista saudita que mora em Montreal (Canadá) e foi infectado pelo programa. Abdulaziz deixa claro que foi atacado enquanto se comunicava com Jamal Khashoggi via WhatsApp — o governo da Arábia Saudita acompanhava as mensagens via Pegasus.
"A NSO deve ser responsabilizada, para proteger as vidas de dissidentes políticos, jornalistas e ativistas dos direitos humanos", comentou um dos advogados de Abdulaziz, afirmando que a empresa quebrou uma lei internacional ao reconhecer que seu produto foi usado para infringir direitos humanos.
Após o caso do WhatsApp, o NSO Group explicou em comunicado que é "uma empresa de tecnologia registrada e autorizada por agências do governo com o único objetivo de combater o crime e o terrorismo. A empresa não opera os sistemas que fornece, pois, após um rigoroso processo de seleção, são as agências de inteligência e de polícia que determinam como usam a tecnologia para apoiar suas missões de segurança pública".
- O WhatsApp já soltou uma correção impedindo que os smartphones sejam infectados. Acompanhe a nossa matéria para entender como se proteger e atualizar seu aparelho.
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