Novas informações publicadas pela agência de notícias Associated Press revelaram mais detalhes do complexo sistema de vigilância e monitoramento dos cidadãos que é feito pelo governo da China. De acordo com a agência, as autoridades chinesas têm acesso constante à localização de todos os veículos elétricos do país e isso não é informado aos compradores desses carros.
Mais de 200 montadoras – incluindo grandes nomes como Tesla, BMW, Volkswagen, Ford, Nissan, Mitsubishi e General Motors – concordaram em transmitir uma série de informações sobre os veículos, incluindo a localização, para centros de monitoramento do governo. As companhias afirmam que fizeram isso para cumprir com a legislação local.
Essa medida é uma exigência imposta em 2016 para que todos os carros elétricos do país transmitam informações para as montadoras. Essas empresas são então obrigadas a repassar os detalhes para o governo. Pelo menos 1,1 milhão de veículos estão sendo monitorados dessa forma, mas o número deve crescer bastante nos próximos anos, com a expectativa de que a China se torne o principal mercado de elétricos do mundo.
Governo rejeita as acusações
Apesar do histórico de monitoramento dos seus cidadãos, oficiais chineses disseram que isso é feito apenas para que o governo tenha dados do transporte local e possa melhorar o planejamento de infraestrutura das cidades, além de prevenir fraudes em programas de subsídio para carros elétricos. A agência, no entanto, nota que os outros principais mercados de veículos que utilizam energia alternativa – EUA, Europa e Japão – não coletam esse tipo de informação das pessoas.
Organizações ligadas à defesa dos direitos humanos também não compraram a ideia. Para Maya Wang, pesquisadora da Human Rights Watch, essa é apenas uma forma de o governo saber o que as pessoas estão fazendo a todo momento e não há nenhuma garantia de que esses dados sejam protegidos para evitar esse mau uso.
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