O Facebook pretende usar dados de sua plataforma para combinar com informações de pacientes, em um projeto de assistência médica. Mas, segundo revelou uma reportagem da CNBC, o programa foi interrompido devido ao recente escândalo envolvendo a Cambridge Analytica.
Programa poderia, por exemplo, encontrar assistência médica para idosos que não têm amigos ou familiares por perto
A ideia da companhia de Mark Zuckerberg é obter registros anônimos em hospitais, com detalhes como condições de saúde e idade, e encontrar correspondência com material que a própria rede possui. Ou seja, ela quer combinar as listas para descobrir como usar as referências sociais no setor médico, assim seria possível saber se um idoso sem amigos e familiares por perto precisa de cuidados especiais após uma cirurgia, por exemplo.
Mas, como sabemos, principalmente depois do caso Cambridge Analytica, isso pode tomar rumos diferentes e agredir novamente a privacidade de usuários que nem sabem a respeito dessa iniciativa e muito provavelmente não gostariam de ter particularidades sobre suas vidas expostas dessa forma, mesmo no anonimato.
A Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford é parceria no projeto
A coisa toda chamou mais a atenção depois que a CNBC descobriu que o cardiologista Freddy Abnousi foi flagrado atuando em conjunto com Regina Dugan, chefe do chamado “Building 8”, o prédio das iniciativas experimentais da empresa. Em sua página do LinkedIn, Abnousi descreve que está “liderando projetos altamente secretos”.
Por enquanto, programa está “em pausa”
Em resposta à CNBC, o Facebook afirma que “o trabalho não passou da fase de planejamento e não recebemos, compartilhamos ou analisamos os dados de ninguém”. Um porta-voz da companhia também falou a respeito, em resposta por email aos questionamentos feitos pelo The Verge.
Programa deve continuar, "assim que a segurança de privacidade, a transparência e o rigor o científico estiverem assegurados", diz CEO interina do Colégio Americano de Cardiologia
"O projeto não tentaria fornecer recomendações de saúde para pessoas específicas. Em vez disso, o foco seria a produção de ideias que poderiam ajudar os médicos a levar em consideração a conexão social à medida que desenvolvem programas de tratamento ou intervenção para seus pacientes.”
Entre as instituições abordadas pelo grupo de Mark Zuckerberg estão a Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford e o Colégio Americano de Cardiologia, que emitiu um parecer a respeito, por meio de Cathy Gates, CEO interina. “Essa parceria está bem no começo de suas fases preliminares, enquanto trabalhamos para assegurar sua privacidade, transparência e seu rigor científico.”
Nada indica que o programa será encerrado e, pelo menos com toda a exposição e prejuízos sofridos pela rede social com o caso Cambridge Analytica, espera-se que os direitos dos pacientes e dos usuários não sejam violados.
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