Se você tem o hábito de correr ou caminha como forma de realizar atividades físicas, provavelmente conhece ou até mesmo já utilizou o aplicativo Strava. Ele monitora o trajeto realizado, tempo de duração e ainda oferece cálculos como previsão de calorias gastas durante o exercício, enfim, um auxiliar bem útil.
O problema é que alguns militares descuidados dos Estados Unidos estão usando o aplicativo em suas bases e, com isso, fornecendo de forma involuntária dados sensíveis a respeito da localização e da estrutura desses locais. Tudo isso graças a um mapa interativo lançado pelo Strava em novembro do ano passado.
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O mapa registra todas as atividades realizada pelos usuários e enviadas para os servidores do app. Ao todo, são mais de três milhões de registros individuais de pessoas que têm o serviço instalado em seus dispositivos móveis. Diante da publicidade das informações, analistas militares dos Estados Unidos se debruçaram sobre o mapa interativo e encontraram dados sensíveis sobre bases e postos militares fornecidos inadvertidamente por militares da ativa.
“As bases dos Estados Unidos estão perfeitamente identificáveis e mapeáveis”, alertou o analista militar Nathan Ruser, do Institute for United Conflicts Analysts. “Se os soldados utilizam o app como fazer as pessoas normais, ativando o rastreamento quando realizam exercícios, isso poderia ser especialmente perigoso”, prossegue Ruser.
Mapa de trajeto feito por usuários do Strava no Afeganistão.
Em países como Síria e Afeganistão, é bem provável que a maioria dos usuários do Strava sejam exatamente militares estrangeiros alocados na região. Como o mapa de calor permite também a exibição de imagens de satélite, é possível até mesmo ter uma visão aproximada da estrutura interna dos postos militares.
Conforme revela o The Guardian, até mesmo locais militares fora de zonas de conflito, como o Homey Aiport (a famosa Área 51), em Nevada, EUA, e a base militar britânica nas Ilhas Falklands (as Ilhas Malvinas), na América do Sul, também podem ser facilmente identificadas graças aos dados coletados pelo Strava.
Segundo o Washington Post, a coalização liderada pelos EUA atuando no Oriente Médio contra o Estado Islâmico anunciou hoje (29) que revisará a polícia para uso de dispositivos eletrônicos e internet sem fio em suas unidades. “A Coalisão está em processo de implantação de um guia refinado sobre privacidade em apps e tecnologias sem fio, com esse tipo de tecnologia sendo proibido em algumas bases da Coalisão durante determinadas atividades”, informam os militares.
Vale lembrar que fornecer dados de GPS para o Strava é opcional e pode ser desativado pelo usuário nas configurações do aplicativo.
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