O governo do Equador concedeu cidadania equatoriana ao jornalista e ativista australiano Julian Assange. Ele está exilado há mais de cinco anos na embaixada do país sul-americano em Londres, Inglaterra, onde solicitou e recebeu asilo político para evitar ser extraditado para a Suécia, onde foi acusado de crimes sexuais.
A intenção do Equador é resolver o imbróglio que se arrasta desde 2012. Apesar de as investigações contra o criador do site WikiLeaks já terem sido encerradas na Suécia, ele espera por garantias legais para poder deixar o prédio da embaixada equatoriana em segurança. Nesta semana, o Equador solicitou ao Reino Unido a concessão de status diplomático para o ativista, o que foi negado pelas autoridades do país europeu.
O WikiLeaks foi lançado em 2006 e ganhou notoriedade por vazar documentos classificados (secretos) de governos ao redor do mundo, inclusive comunicações restritas do exército dos Estados Unidos em operações realizadas em países como Iraque e Afeganistão.
Foi por meio desses vazamentos que o mundo ficou sabendo, por exemplo, da chacina de civis levada a cabo por militares dos EUA a partir de um helicóptero, em 2010, no Iraque. Justamente por isso Assange ainda teme deixar a embaixada equatoriana na capital britânica, ser detido e posteriormente extraditado para os Estados Unidos.
— Julian Assange ? (@JulianAssange) 10 de janeiro de 2018
Segundo a chanceler do Equador, Maria Fernanda Espinosa, Assange não deixará o prédio da embaixada sem “garantias de segurança”, afirmando ainda temer por ameaças à vida do asilado político vindas de “outros estados”. Ela confirmou que a cidadania equatoriana foi concedida a Assange em 12 de dezembro.
Em 2016, um painel das Nações Unidas concluiu que a detenção de Julian Assange no Reino Unido é ilegal e arbitrária.