A ciberguerra entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte continua e a tensão na Ásia segue alta. Nesta terça-feira (10), os norte-coreanos foram acusados de copiar centenas de documentos militares sul-coreanos, que incluíam planos de ação dos norte-americanos em uma possível guerra e a morte do líder Kim Jong Un. O caso foi divulgado pelo Financial Times e na capa do popular periódico Chosun Ilbo.
Foram roubados algo em torno de 10,7 mil documentos, armazenados em 235 GB
O deputado Rhee Cheol-hee admitiu ao Ministério da Defesa da Coreia do Sul que hackers conseguiram se infiltrar na intranet do órgão do governo entre agosto e setembro do ano passado e na época as autoridades disseram que “nada significante havia vazado”. Mas não foi bem assim.
Agora, Cheol-hee confirma que foram roubados documentos chamados de operações combinadas entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos em uma guerra plena contra a Coreia do Norte.
O que vazou
Cerca de 235 GB de informações teriam sido gravadas pelos hackers norte-coreanos e o parlamentar listou apenas 53 GB desses dados, algo em torno de 10,7 mil documentos. Isso inclui o chamado OPLAN 5015, frentes de guerra orquestradas entre Seoul e Washington; o OPLAN 3100, uma resposta contra infiltração de agentes ou provocação local; e um plano de contingência para o Comando Especial de Guerra para uma mudança brusca no Norte ou reação contra uma grande investida dos inimigos.
Entre os documentos estariam planos de ação para uma guerra rápida, com o objetivo de minimizar as baixas na Coreia do Sul
O vazamento também teria revelado relatórios pessoais sobre encontros de militares sul-coreanos e estadunidenses — inclusive as minutas dessas reuniões — e detalhes sobre instalações do exército e usinas de energia na Coreia do Sul. As operações previam uma vitória rápida já nos estágios preliminares, com o objetivo de minimizar as baixas no país. Para isso, a inteligência almejava a eliminação dos principais líderes — incluindo o principal, Kim Jong Un. “Não posso dar mais detalhes porque se tratam de segredos militares”, encerrou Cheol-Hee.
Documentos revelam que plano de ação seria rápido para minimizar baixas na Coreia da Sul
A notícia intensifica o conflito na península e gerou críticas ao governo sul-coreano. “Essa é uma falha total de monitoramento e gerenciamento de informação sigilosa”, destacou Shin Jong-woo, pesquisador do Fórum de Segurança e Defesa da Coreia.
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