Em um relatório recentemente publicado no site SecureList, a Kaspersky classificou o Brasil como o país com o maior número de ataques hacker direcionados ao setor financeiro e revelou detalhes sobre o submundo do crime cibernético em terras tupiniquins. De acordo com Fabio Assolini, autor da pesquisa e analista sênior de segurança da empresa russa, o grande problema é que a legislação nacional é “muito vaga” em relação ao assunto e não pune os criminosos de forma eficaz.
A pesquisa também mostra que, embora não seja necessário investigar muito para rastrear os culpados, os bandidos virtuais enfrentam pouco ou nenhum tempo na prisão quando são capturados. Por conta dessa percepção de impunidade, os criminosos locais ostentam seus lucros e vendem seus produtos e serviços na internet despreocupadamente, como se estivessem dentro da lei, inclusive com promoções chamativas em redes sociais. Muitos crackers até mesmo publicam fotos de si mesmos com várias notas de R$ 50 e R$ 100.
Ainda assim, o foco local não significa que os criminosos virtuais não interajam com pares de outros países. O relatório revela uma colaboração entre bandidos brasileiros e da Europa Oriental. Eles compartilham conhecimento, trocam favores e compram serviços, tais como hospedagem protegida para os malwares nacionais. Há provas de que os criminosos brasileiros cooperam com as gangues do Leste Europeu envolvidas com ZeuS, SpyEye e outros trojans bancários criados na região.
Como resolver essa situação?
De acordo com Assolini, o relatório traz informações que ajudam a Kaspersky a aperfeiçoar suas soluções de proteção e desenvolver novas tecnologias de segurança. “No Brasil, como em outros países, conhecemos muito bem os projetos do cibercrime, seus golpes mais recentes e seus planos futuros. Esse conhecimento, combinado a nossa experiência técnica em ameaças virtuais, nos permite combater o crime cibernético com maior eficiência”, relata o executivo.
“No entanto, ao monitorar o ambiente cibernético brasileiro, fica claro que não basta todo o esforço das empresas de segurança. A melhor solução para garantir um ciberespaço mais seguro é o compartilhamento de informações e a cooperação entre o setor de segurança, empresas e governo, incluindo as autoridades legais”, complementa. O relatório completo – que inclusive faz referência à matéria #BrasilExposed: a crise de segurança na internet brasileira, publicada pelo TecMundo no ano passado – pode ser lido em inglês neste link.
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