Marcel Leonardi palestrando na SecureBrasil 2013 (Fonte da imagem: Reprodução/Tecmundo)
Ocorreu ontem (22) em São Paulo capital a terceira edição do SecureBrasil, evento anual que traz palestras de pessoas influentes na área de segurança da informação. Um dos destaques da cerimônia foi a presença de Marcel Leonardi, diretor de políticas públicas e relações governamentais da Google no Brasil, que resolveu palestrar acerca dos projetos legislativos que tentam regulamentar a internet brasileira.
Para o advogado, o principal problema é a indiferença das autoridades políticas em relação aos profissionais da área de TI, que poderiam criar medidas mais coerentes e evitar propostas equivocadas. De acordo com Leonardi, há quem já tenha reclamado sobre a liberdade do usuário em utilizar criptografia à vontade e perguntado ao executivo o que poderia ser feito caso o governo precisasse de um backdoor para conseguir dados em investigações criminais.
“O que a Google tem observado é que muitos imaginam que a segurança digital vai se construir por decreto, por legislação, e não por educação do usuário final”, comenta Marcel. “Notamos isso nas discussões que envolvem privacidade e segurança. Muitas empresas de informática oferecem painéis para configurar aquilo que você quer ou não quer compartilhar, mas o utilizador intermediário muitas vezes não tem conhecimento disto. Já vimos propostas para obrigar essas empresas a disponibilizar essas ferramentas de controle, algo que elas já fazem faz tempo”.
Para Leonardi, projetos de lei devem contar com apoio direto de especialistas em tecnologia da informação (Fonte da imagem: Reprodução/Alexandre Porfírio)
Privacidade em jogo
Sobre o Marco Civil da Internet, o executivo é categórico: “Existe um texto-base, mas ele está sujeito a diversas mudanças”. Para ele, o projeto fez um bom trabalho ao conseguir harmonizar a privacidade dos internautas com questões jurídicas, mas deve-se tomar cuidado com eventuais modificações na versão original.
Leonardi também aproveitou sua palestra para comentar um pouco sobre as recentes polêmicas acerca do PRISM, o programa de vigilância digital denunciado pelo hacker Edward Snowden. O representante ressaltou que as forças norte-americanas não têm acesso direto e ininterrupto aos dados de navegação dos internautas. “Vários governos ao redor do mundo já pediram para instalar equipamentos de vigilância nas redes do Google, e a companhia sempre negou. Temos uma política muito restritiva no que diz respeito ao acesso às informações dos usuários”, finaliza.
Categorias