Pesquisadores da Universidade de Rice, no Texas, desenvolveram um novo marca-passo que pode eliminar de vez um dos maiores incômodos dos dispositivos atuais da categoria: a necessidade de eles terem uma bateria interna. No novo design, essa e outras complicações são eliminadas graças a uma fonte externa – e wireless – de energia.
A empreitada liderada por Aydin Babakhani, professor de engenharia elétrica e da computação da universidade, parte do princípio que o atual projeto dos marca-passos abre muito espaço para erros e efeitos colaterais. Por utilizarem uma bateria que tem vida útil limitada, por exemplo, os equipamentos precisam ficar em um local de fácil acesso dentro do corpo do paciente, viabilizando a troca da alimentação elétrica.
Novo marca-passo tem medidas diminutas
Além de todo o incômodo das cirurgias recorrentes, isso faz com que fios condutores precisem ser ligados diretamente ao coração para levar o pulso elétrico do aparelho ao órgão, resultando em complicações, inflamações e até sangramentos. Como o projeto da Universidade de Rice muda esse cenário? Levando o gerador para fora do corpo na forma de um gadget sem fio que transmite a energia ao marca-passo através de micro-ondas na frequência de 8 a 10 GHz.
O marca-passo pode ser implantado diretamente no coração
Em decorrência desse design, as operações para reposição de bateria são chutadas para escanteio, enquanto o próprio marca-passo pode ser implantado diretamente no coração do indivíduo, limando da equação as complicações e infecções. Outra mudança bem-vinda é que, por não precisar portar uma fonte de energia interna, o produto pode ser reduzido consideravelmente, para apenas 4 mm de largura e 16 mm de altura – medidas bem menos invasivas que as tradicionais.
Um longo caminho pela frente
Claro que esse novo dispositivo, apesar de resolver problemas antigos, pode ter que lidar com novos desafios. Como esse estilo de marca-passo, por exemplo, a responsabilidade do paciente aumenta ainda mais, já que o gadget que emite a energia precisa estar junto ao corpo a todo o momento e tem um alcance bem curto. Perder o aparelho pode ser uma realidade bem dura e levar a chamadas de emergência para o hospital.
Outro ponto é que o equipamento ainda está longe de ser aprovado pelos órgãos responsáveis. Um protótipo funcional do produto já foi implantado com sucesso em um porco – mantendo uma frequência cardíaca de 100 a 172 bpm no animal –, mas ainda há um longo caminho para que os testes em humanos sejam liberados. Com toda a burocracia do setor, ainda serão necessários muitos anos de desenvolvimento e pesquisa para que o marca-passo wireless chegue efetivamente ao mercado.
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