Não é de hoje que a tecnologia tem ajudado nos avanços da medicina moderna. Robôs feitos sob medida para eliminar germes, por exemplo, tornam os hospitais mais seguros, ao mesmo tempo que técnicas de realidade aumentada ou virtual permitem que médicos tenham uma visão bem mais precisa do corpo do paciente antes de uma operação. Como dá para perceber, as soluções tecnológicas para os profissionais de saúde são bem diversas e avançadas, mas isso nem sempre é verdade quando se observa as ferramentas voltadas para o público.
Embora médicos e especialistas acabem contando com uma infinidade de novos recursos para diagnóstico, tratamento e cura, o usuário comum parece ainda ficar refém de papéis, guias e receitas que devem ser guardadas, decoradas e seguidas como já ocorria há década. Para quebrar um pouco desse sistema arcaico, foi desenvolvido o CUCO, uma espécie de assistente pessoal de saúde que funciona como uma enfermeira digital, gerenciando boa parte das obrigações e deveres do paciente.
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Um único app pode manter pacientes em tratamento na linha
Ao mesmo tempo em que há um aumento na expectativa de vida no Brasil, também cresce a taxa de doenças crônicas
Dá para entender por que recorrer a um mecanismo como esse é algo necessário. Segundo um levantamento do Ministério da Saúde, mais de 40% da população adulta brasileira, o equivalente a mais de 58 milhões de pessoas, possui pelo menos uma doença crônica não transmissível – males que são responsáveis por mais de 72% das causas de morte no país. Isso quer dizer que, ao mesmo tempo em que há um aumento na expectativa de vida no Brasil, também cresce a taxa de doenças como diabetes, hipertensão e infarto, por exemplo.
Partindo desse cenário, é bastante comum que os pacientes recebam tratamentos médicos, normalmente à base de medicamentos, para estabilizar sua condição e permitir que eles tenham mais qualidade de vida. O problema com esse formato é que não é simples para muitas pessoas administrar a parentes ou a si mesmo doses e horários exatos de, às vezes, até dez medicamentos diferentes durante toda a semana. O resultado disso? Menos de 50% dos pacientes seguem os tratamentos indicados pelos médicos como deveriam.
Estimular é preciso
Com isso em mente, o ideal seria que alguém auxiliasse de perto esses pacientes, certo? Como nem todo mundo pode bancar um cuidador particular, surgiu a ideia do aplicativo CUCO. Basta ter o app instalado no seu celular para que ele haja como um ajudante em tempo integral, acompanhando os usuários 24 horas por dia. Entre seus recursos estão lembretes de horário para medicamentos, material educativo e de apoio relacionado à doença sendo tratada e até mesmo notificações a familiares e amigos quando você esquecer de tomar os remédios.
A nova versão do programa, liberada para dispositivos Android no início da semana, aplica conceitos de “gamificação” para tornar a tarefa ainda menos estressante e mais natural. O objetivo com isso, claro, é permitir que o paciente acompanhe seu histórico de saúde e sinta-se estimulado a seguir o tratamento corretamente até o final – ajudando a reverter as estatísticas atuais, em que o público acaba largando o procedimento antes do tempo.
“Lembrar o paciente na hora certa de tomar seu medicamento aumenta consideravelmente os níveis de adesão ao tratamento, o que pode ser comprovado pelos números obtidos a partir dos mais de 6 mil usuários diários do CUCO em sua primeira versão”, explica Gustavo Comitre, diretor de produto da startup responsável pelo aplicativo gratuito. Além dessa ferramenta, o software também traz, em sua edição mais recente, a listagem de medicamentos da Anvisa, mensagens e dicas sobre doenças e funções para a criação de grupos junto de seus contatos.
Elementar, meu caro Watson
De acordo com Comitre, isso não é tudo que o app pode fazer. Um dos pontos de destaque do produto para parceiros e clientes é a opção de customizar consideravelmente a experiência de uso e de consumo de informação dentro do programa. Isso porque o CUCO recorre a APIs do Watson, o sistema cognitivo da IBM, para personalizar sua “enfermeira digital” para cada operadora de saúde ou hospital que fizer parte do ecossistema criado pela companhia.
Empoderar o paciente em um momento em que ele está mais fragilizado
A ideia é que, além de essa faceta de assistente do aplicativo estar preparada para responder milhares de perguntas sobre saúde, ela também possa sanar dúvidas mais específicas a respeito de um plano de saúde ou centro hospitalar – o que dá uma mãozinha para empoderar o paciente em um momento em que, geralmente, ele está mais fragilizado. Para o diretor, a escolha pelo Watson se deu por conta do grande número de soluções oferecidas pela plataforma e também pelo suporte da IBM na implementação de suas tecnologias.
Tudo indica que a parceria deve render mais frutos no futuro, visto que, nos próximos meses, além de as enfermeiras responderem as perguntas por chat via texto, elas também estarão preparadas para interpretar e responder pacientes por voz – tornando tudo ainda mais natural. Caso esteja fazendo um tratamento médico ou precise cuidar periodicamente de alguém na família, pode valer a pena baixar o app para testar. O download para Android pode ser feito neste link, enquanto a versão para iOS deve ser liberada durante o mês de março.
E aí, acha que a tecnologia precisa ser usada ao máximo para auxiliar as pessoas a se manterem em dia com a saúde ou acredita que acabe a cada um se policiar em relação a esse tema? Deixe a sua opinião sobre o assunto mais abaixo, na seção de comentários.
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