Review: placa de vídeo Sapphire NITRO Radeon R9 390

11 min de leitura
Imagem de: Review: placa de vídeo Sapphire NITRO Radeon R9 390

Em junho deste ano, a AMD revelou a nova série de chips gráficos da série Radeon 300. Os novos componentes que equipam placas das mais diversas marcas vêm para dar continuidade ao sucesso da famosa linha de placas que conquista gamers há muitos anos.

Neste segmento, a Sapphire se destaca como uma das principais parceiras da AMD, trazendo placas de vídeo robustas e preparadas para os games mais pesados. Recentemente, a empresa nos enviou a NITRO Radeon R9 390, um dos modelos mais poderosos da nova linha.

O chip gráfico é o mesmo para todas as marcas, mas a Sapphire aposta em clocks mais altos, visando um desempenho excelente em qualquer game atual, mesmo que você configure os detalhes para o nível máximo.

Vale ressaltar que a fabricante ainda investiu mais no seu famoso sistema de refrigeração: o Tri-X. Bem mais eficiente que a solução de referência da AMD, esta tecnologia pretende garantir temperaturas mais tranquilas e performance absurda ao consumidor.

A Sapphire NITRO Radeon R9 390 vem para concorrer com a GeForce GTX 970, mas se destaca ao trazer uma quantidade monstruosa de memória RAM. Para garantir ótimos resultados em quaisquer títulos, a marca apostou em 8 GB do tipo GDDR5, alegando que a placa pode até rodar games em 4K. Será que ela tem todo esse poder? Vamos descobrir!

Especificações

Design característico

As placas de vídeo da Sapphire sempre foram muito bem desenhadas e a empresa não economizou no design da linha R9 300. A NITRO Radeon R9 390, em especial, segue alguns conceitos visuais da geração passada, com uma carcaça bem definida por retas e relevos, mas abandona partes coloridas e favorece a resistência geral do produto sem deixar a refrigeração de lado.

A placa é de tamanho avantajado, o que significa que ela ocupa muito espaço no gabinete e pode ser problemática para quem tem um case menor.  Há uma ventoinha e um a boa parte do dissipador dedicado apenas ao sistema de alimentação, o que acaba implicando nesse aumento das dimensões.

Na parte de cima do produto, podemos conferir as duas conexões de energia, que é fornecida através de conectores PCI-Express de 8 pinos. Com três saídas DisplayPort, uma HDMI e uma DVI, esta placa de vídeo é ideal para qualquer máquina, independente do monitor que será utilizado.

Conheça a arquitetura Grenada

Observando as especificações do produto, é possível perceber que a Sapphire NITRO Radeon R9 390 é quase que uma versão rebatizada da Radeon R9 290. De fato, em questão de processamento, não temos grandes alterações, exceto que os chips da série Grenada (que é apenas um novo nome para a Hawaii) contam com clocks diferenciados e, dessa forma, podem oferecer melhor desempenho.

Eles trazem o mesmo número de processadores stream, TMUs e ROPs, de forma que alcançam resultados muito próximos, exceto pelo fato de que a nova geração de componentes apresenta melhor performance computacional (a R9 390 chega a 5,1 TFLOPs, enquanto que a R9 290 alcança apenas 4,84 TFLOPs).

Um grande diferencial da nova linha de dispositivos está no suporte para maior quantidade de memória, aspecto que pode impactar diretamente na execução de alguns games que exigem mais espaço para armazenar texturas. Outra diferença está na frequência das memórias, que garante maior taxa de transferência.

Ótima solução de refrigeração

A Sapphire sempre fez um ótimo trabalho na parte de arrefecimento de suas placas de vídeo e com a NITRO Radeon R9 390 não é diferente. A placa conta com a exclusiva tecnologia Tri-X, que garante boas temperaturas sem ocasionar muito ruído e sendo adequada até mesmo para a utilização de overclocking.

As ventoinhas são relativamente simples, sem grandes incrementos nas aletas, mas são perfeitamente adequadas para remover o calor com rapidez. Abaixo do sistema de ventilação, temos os heatpipes de cobre que facilitam a distribuição do calor pelo dissipador e ajudam as ventoinhas a refrigerar a placa de vídeo de forma inteligente.

É importante notar que esta placa não mantém os coolers girando constantemente, já que ela monitora a atividade do processador gráfico e ativa as ventoinhas na velocidade necessária conforme os jogos exigem mais poder de processamento. Ficamos muito satisfeitos com a forma de funcionamento e o silêncio deste sistema de refrigeração.

Graphics Core Next

A arquitetura Graphics Core Next (GCN) chegou junto com a geração HD 7000 das placas da AMD. Ela promove uma nova forma de computação, gerenciando o processamento dentro da GPU. Cada GPU carrega um determinado número de unidades de computação (ROPs), que ficam responsáveis por gerenciar certo número de processadores stream.

Desse modo, as GPUs AMD são capazes de controlar uma quantidade muito maior de processos simultaneamente, algo que, até então, era relegado à CPU principal do computador. Além disso, a arquitetura também é responsável por gerenciar com mais eficiência todos os recursos da placa de vídeo, permitindo que novas ferramentas de renderização possam ser empregadas sem que haja um impacto significativo no desempenho do sistema.

Outro benefício do GCN é a utilização mais inteligente dos recursos energéticos da placa, consequentemente gastando menos e gerando menos calor. Uma das novidades desenvolvidas para trabalhar em conjunto com o GCN foi o Mantle, uma API gráfica de baixo nível desenvolvida pela AMD. Contudo, recentemente a empresa descontinuou a tecnologia para focar no DirectX 12 e no Vulkan, que por sua vez terá influência do Mantle em sua construção.

AMD FreeSync

Há algum tempo a AMD apresentou o FreeSync, um sistema de sincronização vertical que permite que a placa de vídeo controle a taxa de atualização do monitor, conseguindo, com isso, aumentar a fluidez das imagens.

Ao contrário do G-Sync, da NVIDIA, esse sistema não exige um hardware proprietário incluído no monitor para funcionar, pois o FreeSync aproveita as especificações do padrão DisplayPort para fazer isso. Contudo, você precisa ter um monitor capaz de oferecer essa tecnologia para poder ativá-la em sua placa de vídeo.

Considerando o potencial da Sapphire NITRO Radeon R9 390, ela é certamente uma das melhores placas para quem pretende usar este recurso, já que consegue manter bom desempenho (ou seja, boa taxa de frames) em Full HD nos principais games da atualidade com qualidade gráfica excelente.

AMD VSR – Virtual Super Resolution

A super-resolução virtual não é uma exclusividade ou novidade da Sapphire NITRO Radeon R9 390, mas esta configuração pode ser bem aproveitada nesta placa. O VSR aumenta a qualidade visual ao trabalhar com resoluções elevadas para exibir gráficos ainda melhores em monitores de capacidade limitada.

Para entender como ele funciona, pense em um monitor Full HD. Agora, imagine uma imagem em resolução inferior à do monitor. Para preencher toda a tela, a imagem precisará ser esticada, deixando as imperfeições mais aparentes. O downsampling funciona de forma parecida, só que ao contrário.

Em vez de esticar uma imagem pequena para preencher a tela, ele espreme uma imagem grande para que ela possa ser exibida em um monitor com resolução menor que a da imagem gerada, eliminando quase completamente as imperfeições. Isso é útil para quem pretende rodar jogos com qualidade 4K em monitores Full HD ou aproveitar a resolução QuadHD (2560x1440) em displays 720p.

A compatibilidade é garantida pelo Catalyst Control Center, que configura os jogos e todos os detalhes para que você não precise se preocupar com nada. Basta indicar que você pretende usar o Virtual Super Resolution e configurar os games para uma resolução acima da suportada pela sua tela.

A Sapphire NITRO é especialmente destinada a esse tipo de tarefa, já que ela é indicada para a jogatina 4K e pode ser perfeitamente aproveitada por jogadores que ainda utilizam monitores com resoluções inferiores. Posteriormente, vamos conferir como ela se saiu nos jogos em 4K.

Testes de desempenho

Para conferir o desempenho da placa de vídeo em situações práticas, nós realizamos uma série de testes que você possivelmente faria em seu computador. As configurações de vídeo foram definidas para o nível mais elevado, incluindo filtros, mas o V-Sync foi mantido desativado. Os testes são divididos em duas etapas: jogos e benchmarks sintéticos.
Máquina de testes

  • CPU: Intel Core i7-3930K @ 3.200 MHz
  • Placa-mãe: EVGA X79 SLI
  • Memória: 16 GB RAM quad-channel G. Skill Sniper DDR3 2133
  • SSD: Samsung 840 Pro 256 GB
  • HD: 3 TB Seagate ST3000M001
  • Fonte: Corsair AX1500i

Jogos

Batman: Arkham Knight

Aproveitando a atualização recém-lançada pela Warner, nós finalmente pudemos rodar testes de desempenho com o novo jogo da franquia Batman. O game abusa do poder do chip gráfico, colocando o componente sob grande estresse e testando a máquina com vários filtros e efeitos.

F1 2015

Com o amadurecimento da série F1, a Codemasters conseguiu polir os gráficos do mais novo título, garantindo bom aproveitamento dos recursos de hardware e entregando visuais estonteantes com o DirectX 11.

Hitman: Absolution

Apesar de ser um jogo de 2013, Hitman: Absolution serve perfeitamente para verificações com tecnologias mais recentes, já que sua engine abusa do poder de processamento e trabalha com o DirectX 11. Os resultados são frutos do benchmark próprio do game, servindo perfeitamente para um comparativo.

Metro Last Light Redux

Metro: Last Light aproveita o poder das GPUs modernas para trazer gráficos excelentes, texturas em alta definição e muita destruição com efeitos especiais incríveis. O game é construído com a engine 4A e também é uma excelente prova de fogo para placas mais robustas.

Middle Earth: Shadow of Mordor

Um dos jogos de maior sucesso dos últmos tempos é também um ótimo título para teste de poder gráfico. Este jogo baseado na série Senhor dos Anéis conta com uma grande quantidade de elementos em cenário e pode representar um bom desafio em alguns momentos para os processadores gráficos.

Testes em 4K

A resolução 4K é uma qualidade muito requisitada pelos gamers, mas nem todas as placas estão prontas para tal novidade. Segundo a Sapphire, a NITRO Radeon R9 390 é capaz de rodar os jogos nesta resolução e, dessa forma, achamos interessante conferir o potencial da placa em alguns benchmarks dos games analisados anteriormente para ver como a placa se sai nestas situações mais "pesadas".

Benchmarks

3DMark

O 3D Mark é um dos mais famosos programas de benchmark. Ele se destaca principalmente por trazer uma grande variedade de cenários para testes dos diferentes recursos de hardware e software da placa de vídeo. Este benchmark conta com uma série de testes diferenciados, mas, considerando o perfil da Sapphire Radeon R9 390, resolvemos rodar o FireStrike Extreme.

Unigine Valley

O Valley Benchmark mostra uma região cheia de montanhas com uma enorme quantidade de árvores em um terreno de 64 milhões de metros quadrados — verificando principalmente a capacidade da memória gráfica da placa de vídeo. Este software ainda trabalha com muitos efeitos de luz, colocando o poder da placa de vídeo à prova.

Temperatura

O trabalho de refrigeração da Sapphire NITRO Radeon R9 390 é digno de aplausos, pois, mesmo sendo uma placa de alto desempenho, ela consegue deixar o chip gráfico bem refrigerado, mantendo ótimos valores em Full Load (quando o chip gráfico estava sob máximo estresse). Excelente projeto de arrefecimento. Parabéns à Sapphire!

Consumo

Durante os testes, nós realizamos algumas medições no consumo de energia com a ajuda de um dispositivo chamado Kill a Watt, que informa o consumo total da máquina, ou seja, quanto ela está “puxando” da tomada. As medições são realizadas em três momentos distintos:

Ocioso: máquina ligada, mas sem nenhum aplicativo em atividade;
Filme: filme em qualidade Full HD rodando em tela cheia;
3DMark FireStrike Extreme: simula o uso normal da máquina em jogos.

Vale a pena?

No fim das contas, ficamos mais do que satisfeitos com os resultados da Sapphire NITRO Radeon R9 390. Esta placa mostrou estar preparada para competir tanto com a GeForce GTX 970 quanto com a GeForce GTX 980. Ela dificilmente alcança o modelo mais robusto, mas os resultados são muito próximos e acreditamos que a Sapphire fez um bom trabalho no geral.

Além da unidade de processamento robusta fabricada pela AMD, esta placa se destaca por conta da grande quantidade de memória RAM, que torna viável executar os jogos mais pesados com texturas de alta resolução. Basicamente, você pode curtir qualquer game em qualidade máxima sem se preocupar muito com o desempenho, pois a placa sempre dá conta do recado.

Ficamos surpresos por esse componente realmente ter poder para executar alguns jogos em resolução 4K e com os níveis de qualidade gráfica definidos para o máximo. Ele não consegue chegar no nível de uma GTX 980 Ti ou mesmo da Fury X — até porque não é a faixa de performance do produto —, mas se sai melhor do que suas concorrentes, principalmente pela memória adicional.

É importante frisar que a fabricante bolou um projeto muito bom, conseguindo alinhar alto desempenho com overclocking no processador gráfico sem deixar o componente esquentar muito. O sistema de refrigeração é um dos grandes destaques deste produto, já que funciona de forma silenciosa e inteligente. Isso sem contar que as três ventoinhas deixam o visual muito mais bonito.

O único ponto que pode incomodar um pouco é a questão do consumo, já que ela ultrapassa a GeForce GTX 980 em todas as situações. Entretanto, se comparada à GeForce GTX 780 Ti, outra concorrente em questão de performance, os números obtidos não são tão absurdos, ainda mais se pensarmos nos bons resultados do produto da Sapphire.

Classificada como uma concorrente da GeForce GTX 970, mas sendo capaz de quase se igualar à GeForce GTX 980, esta placa ganha boas recomendações de nossa parte, já que faz um ótimo trabalho e chega com preços aceitáveis. Em nossas pesquisas, encontramos este modelo por valores próximos aos 1,9 mil reais.

Componentes similares — que trazem bons sistemas de refrigeração e já vêm com overclock de fábrica — equipados com o chip GTX 970 custam na faixa de 1,9 mil reais, enquanto dispositivos com a GPU GTX 980 chegam por valores próximos aos 2,3 mil reais. Levando isso em conta, podemos dizer que vale a pena comprar a Sapphire NITRO Radeon R9 390. Certamente, é uma aposta inteligente!

Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.