Review: tablet Samsung Galaxy Tab E

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A Samsung segue a política do “quanto mais, melhor” e, por isso, a companhia costuma lançar um produto para cada segmento de mercado possível. Sendo assim, nada mais natural do que tentar frear o crescimento das pequenas marcas de tablets com um aparelho de baixo custo e de desempenho razoável para seu preço. Estamos falando do Galaxy Tab E.

O aparelho foi construído com componentes bem simples para deixar o preço o mais atraente possível. Por isso, você consegue encontrar a versão WiFi do Tab E por até R$ 359. Ainda assim, pelo que ele entrega, um preço mais justo seria algo em torno dos R$ 300. Se você conseguir encontrar esse tablet por esse valor, vale a pena considerar colocá-lo na sua lista de compra. Confira o porquê.

HARDWARE

Esse tablet da Samsung foi construído em volta de um processador Spreadtrum SC8830, uma escolha pouco comum para a coreana. O chip tem quatro núcleos rodando a 1,3 GHz e, em paralelo, temos ainda 1 GB de RAM. Essa combinação é capaz de lidar com praticamente todas as tarefas mais básicas do cotidiano, como navegar na web, usar apps de redes sociais e jogar games básicos e até alguns intermediários.

Em nossos testes, conseguimos rodar Leo’s Fortune, Rayman Jungle Run e Riptide GP2 sem qualquer problema de desempenho. Claro que todos esses títulos tiveram suas capacidades gráficas reduzidas por conta da resolução máxima da tela, e isso acaba os tornando “mais leves” para a GPU Mali-400.

Tela

Falando mais especificamente sobre a tela, ela é um painel TFT com resolução WSVGA (1024x600). Em sua diagonal, ela mede 7’’ (178 mm), o que gera uma densidade de 169 pixels por polegada. Só com esses números, é possível perceber que a display não é muito impressionante, e realmente dá para ver as marcas dos pixels sem muito esforço.

Ainda assim, o que realmente incomoda é a combinação de brilho e ângulos de visão. Se você não estiver olhando para a tela em 90°, certamente vai começar a perceber algumas cores estranhas aqui e ali. Quanto mais inclinação, mais distorção. Vale lembrar também que há uma grossa borda preta emoldurando todo o display, o que não colabora com a estética geral, especialmente no modelo branco.

Bateria

A bateria de 3.600 mAh do Galaxy Tab E é bem razoável, tendo um desempenho similar ao de um smartphone bem pequeno. Em nossos testes, conseguimos acabar com toda a sua carga em apenas 4 horas e 32 minutos durante a execução de um vídeo no YouTube. Esse teste foi feito com o WiFi ligado e com o brilho da tela no máximo.

Isso pode ser o suficiente para quem usa o aparelho mais para diversão em casa, como crianças e usuários pouco avançados, mas não deve satisfazer quem realmente está em busca de uma boa autonomia e mobilidade.

Câmeras

Nesse aspecto, a Samsung resolveu embarcar no Galaxy Tab E apenas o essencial. Temos duas câmeras de 2 MP, ambas de baixo desempenho e com foco fixo. Você consegue usar esses dois sensores para videochamadas tranquilamente, mas, para fotos e vídeos, a coisa fica mais complicada.

É muito difícil lidar com qualquer situação de iluminação mais desafiadora — como sombras, luz quente e contraluz. Você simplesmente não consegue equilibrar as diferenças, e as fotos acabam com áreas muito sólidas ou granuladas. Ainda assim, não dá para esperar mais do que isso em tablets dessa faixa de preço. Na verdade, é interessante que a marca não tenha eliminado a câmera frontal de uma vez.

Para gravação de vídeo, as imagens ficam bem estranhas pelo fato de a resolução cair para VGA (640x480p). Nessas condições, tudo fica meio borrado, e a captura de cores não consegue representar muito bem a realidade.

Áudio

Para um tablet de baixo custo, o Galaxy Tab E tem um alto-falante intermediário. Ele consegue ser minimamente fiel aos tons mais neutros, mas distorce os mais extremos com facilidade. Por isso, se você deixar o volume mais alto, pode ouvir alguns barulhos estranhos. O problema é que o volume máximo não é realmente alto. No geral, para quem vai apenas jogar e executar vídeos curtos na web, não deve haver grandes dificuldades.

Construção

É nesse aspecto que o Galaxy Tab E mais demonstra que é realmente um concorrente do mercado de entrada. Ele tem um design bem similar aos aparelhos Samsung lançados em 2014, mas é possível notar que os materiais utilizados nele são bem mais simples.

Aquele tradicional plástico rígido que imitava metal nas bordas deu lugar a uma simples faixa branca, e até os botões parecem mais “baratos”, especialmente o frontal, que faz um barulho estranho sempre que é apertado.

Benchmarks

Para a realização desta análise, submetemos o Tab E a cinco aplicativos de benchmark. São eles: 3D Mark (Ice Storm Unlimited), AnTuTu Benchmark 5, Basemark X, GFX Bench(T-Rex HD Off Screen e T-Rex HD On Screen) e Vellamo Mobile Benchmark (HTML 5 e Metal).

3D Mark (Ice Storm Unlimited)

O teste Ice Storm Unlimited, do 3D Mark, é utilizado para fazer comparações diretas entre processadores e GPUs. Fatores como resolução do display podem afetar o resultado final. Quanto maior a pontuação, melhor é o desempenho.

AnTuTu Benchmark 5

Um dos aplicativos de benchmark mais conceituados em sua categoria, o AnTuTu Benchmark 5 faz testes de interface, CPU, GPU e memória RAM. Os resultados são somados e geram uma pontuação final. Quanto maior a pontuação, melhor é o desempenho.

Basemark X

O Basemark X tem como foco principal mensurar a qualidade gráfica dos dispositivos. Baseado na engine Unity 4, o app aplica testes de alta densidade, mostrando qual dos aparelhos se sai melhor na execução de jogos. Quanto maior a pontuação, melhor é o desempenho.

GFX Bench (T-Rex HD)

O GFX Bench é voltado para mensurar a qualidade gráfica. Isso inclui itens como estabilidade de desempenho, qualidade de renderização e consumo de energia. Os resultados são revelados em média de frames por segundo (fps). Quanto maior a pontuação, melhor é o desempenho.

Vellamo Mobile Benchmark

O Vellamo Mobile Benchmark aplica dois testes ao aparelho: HTML5 e Metal. No primeiro deles é avaliado o desempenho do celular no acesso direto à internet via browser. Já no teste Metal, o número final indica a performance do processador. Quanto maior a pontuação, melhor é o desempenho.

SOFTWARE

A versão do Android presente no Galaxy Tab E é a KitKat 4.4.4, e não há previsões para qualquer tipo de atualização, nem para Lollipop nem para o Android Marshmallow. Por conta disso, você ainda pode ver a interface TouchWiz em sua versão antiga neste aparelho. Mesmo assim, praticamente todas as possibilidades de personalização que a marca costuma inserir no Android estão disponíveis.

Você pode alterar os botões de atalho presentes na área de notificações, criar pastas mesmo na gaveta de apps, e ainda há um botão de atalho fixo na tela inicial para o gerenciador de arquivos, todos elementos não existentes na versão “limpa” do SO da Google.

Vale destacar ainda que há pouco “crapware” ou software desnecessário instalado. Além do Pacote Google, a Samsung instala dois games, um pacote Office e o Dropbox para armazenamento em nuvem. Isso mostra que a marca realmente tem pensado em quanto espaço elementos desnecessários ocupam em aparelhos com apenas 8 GB de armazenamento nativo, como é o caso do Galaxy Tab E.

Por outro lado, essa personalização ainda é pesada e ocupa mais memória RAM do que seria o ideal, e isso sem necessariamente melhorar o visual ou os efeitos de transição do SO.

Vale a pena?

Vale a pena adquirir o Galaxy Tab E em algumas situações específicas: se você quer presentear alguma criança — que só vai usar o tablet para jogar games simples e intermediários — ou se você for um usuário iniciante, que só precisa das funções mais básicas para seu cotidiano.

O tablet não tem um desempenho sofrível, como alguns modelos dessa categoria, mas também não é de alta qualidade. Isso fica visível no seu acabamento bem rústico, na qualidade da tela e das câmeras.

Atualmente, ele pode ser encontrado no mercado web brasileiro por até R$ 359 em sua versão com WiFi. Com 3G, o valor pula para R$ 499, no mínimo. Por esse valor mais baixo, o aparelho pode ser considerado, mas segundo as situações descritas acima. Mesmo assim, é bom levar em conta que há produtos com melhor custo-benefício, como o Dell Venue 7 e o Positivo Mini Quad.

Por isso, se você conseguir encontrar a versão WiFi do produto em algum momento custando algo em torno de R$ 300, ele pode se tornar uma boa compra. Caso contrário, vale a pena investir um pouco mais e ter um aparelho bem melhor.

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